Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Luis Charles
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Orientador(a): |
Silva, Ademir Alves da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/23832
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Resumo: |
Este trabalho surge a partir de uma crescente inquietação transformada em indignação diante daquilo que se tem visto acontecer no Brasil em tempos recentes. Embutidas numa ofensiva neoliberal, que se vale do conservadorismo para emplacar uma agenda de desmonte das políticas sociais que foram conquistadas a partir de embates e lutas de movimentos sociais e setores da sociedade preocupados em promover direitos e construir uma sociedade igualitária, são fomentadas propostas com o viés do controle social pela via da coerção e punição, substituindo propostas de ampliação de direitos e da emancipação humana. Multiplicam-se, aqui e acola, notícias de ações repressivas, violadoras de direitos, ações contingenciadas, em última instância, pela agenda do Capital. Neste contexto também se multiplicam cenas de violência em meio a uma sociedade perplexa na qual as condições de vida se precarizam e o número dos pauperizados e excluídos aumenta a cada dia. Em meio às estatísticas da violência urbana encontra-se, entre outras questões, o número crescente de adolescentes com práticas infracionais, contra o que uma parcela significativa da sociedade começa a dar voz a soluções violentas como forma de enfrentar a violência produzida por suas próprias contradições que lhe são endógenas, uma vez que essa mesma sociedade se encontra com as marcas do embate entre as classes e da exploração do homem pelo homem sob a égide do Capital. A diminuição da maioridade penal e o consequente encarceramento de crianças e adolescentes tem assim ganhado eco nos mais diversos setores da sociedade. São criados estereótipos de que há mocinhos e bandidos. Neste contexto, as figuras míticas do mal aparecem como meios para se descarregar de modo irracional e antiemancipatório a energia negativa da crise social (TRASSI, 2005). A política e a mídia acabam por fomentar um populismo histérico que produz grades nas janelas, carros blindados, condomínios fechados, segurança particular, justiça paralela, defesa da pena de morte e redução da idade penal. Não é difícil perceber que a disseminação da violência está articulada com o fracasso dos mecanismos sociais de regulação da vida coletiva, dos processos agregadores da coletividade. Assim, à partir da metodologia da história oral, combinada com a pesquisa qualitativa, com dados obtidos por pesquisas de campo, que foram subsidiadas pela pesquisa bibliográfica e documental, esse trabalho se debruçou sobre o assunto por caminhos que passam pelo mapear o território de violência, lançando luz sobre o trânsito da juventude, suas migrações ou metamorfoses produzidas e produtoras de paradoxos; entendendo que tal proposta implica “abordar, escavar, interpretar a violência considerando sua relevância na produção de mentalidade de padrões de sociabilidade bem como seus efeitos na vida das pessoas, isso a nível de suas ações na vida pública ou privada, bem como seu enraizamento nas instituições, mesmo naquelas consideradas como as mais protetivas como são a família e a escola”(TRASSI, 2006). Evidenciou-se, portanto, que o caminho viável para o enfrentamento dessa questão passaria através de políticas públicas que promovessem o enfrentamento da violência pela via de propostas não violentas; que visassem a promoção de valores humanos básicos como a dignidade, a solidariedade e a justiça social |