[pt] O CÉU É O LIMITE! MAS É IMPERATIVO MANTER OS PÉS NO CHÃO: A (RE)CRIAÇÃO DOS PADRÕES DE AÇÃO EM AMBIENTE ALTAMENTE REGULAMENTADO
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=32368&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=32368&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.32368 |
Resumo: | [pt] Como os padrões de ação são (re)criados em um ambiente altamente regulamentado? Este estudo objetiva apresentar proposições teóricas acerca de que quanto mais as pessoas vivenciam rotinas adaptativas em um ambiente altamente regulamentado, mais os padrões de ação são recompostos e legitimados a partir do repertório de práticas. Devido ao seu papel efetivo no organizing e ao seu poder generativo em produzir novos padrões de ação ao longo do tempo (PENTLAND e HAEREM, 2015), as rotinas foram aplicadas como unidades de análise para compreender os elementos constituintes da rotina adaptativa no contexto social (PENTLAND et al., 2011) de uma organização altamente regulamentada, além de possibilitar a análise de como ocorre o processo de (re)criação dos padrões de ação tendo como fundamento os Estudos Baseados na prática (FELDMAN e ORLIKOWSKI, 2011). A regulamentação foi analisada abordando as dimensões apresentadas no trabalho de Pentland (1995), com foco na estrutura organizacional, cultura, tecnologia, coordenação e processos, aplicados ao modelo construtivista de Orlikowski (2000), que contribuiu para a construção da visão macro de distintos contextos presentes nas práticas sociais analisadas na organização. Após a construção da visão macro do contexto do ambiente altamente regulamentado, aplicou-se o modelo do sistema generativo interacionista simbólico de Dionysiou e Tsoukas (2013), que proporcionou o entendimento de como os padrões de ação na prática são criados, compartilhados, mantidos e alterados coletivamente, por meio de ciclos de interação coletivos a partir do mecanismo de tomada de papéis de Mead (1934). Assim, por meio do método do estudo de caso interacionista simbólico, a pesquisa de campo foi dividida em duas etapas. Na primeira etapa de coleta de dados realizou-se a observação direta, que ocorreu no período de 22 de agosto a 14 de outubro de 2016, gerando dados primários das práticas dos sujeitos in loco, evidenciados pelas notas de campo, e dados secundários oriundos da análise documental das políticas internas da empresa, documentos normativos, múltiplos documentos do sistema de gestão da qualidade como as instruções de trabalho, formulários de distintos setores e informações sobre as tecnologias e sistemas de TI para execução dos procedimentos da empresa. A segunda etapa de coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas com 24 pessoas, para captar a percepção dos atores sobre suas práticas. Os dados foram sistematizados pela análise de conteúdo (BARDIN, 2011) com auxílio do sistema ATLAS.ti. Os resultados do estudo apresentaram três formas distintas de como os padrões de ação podem variar em ambiente altamente regulamentado, sustentando, assim, que o tipo de agencement (GHERARDI, 2016), ou seja, o tipo de conexões estabelecidas na relação entre agentes, agência, estrutura, artefatos falantes e silenciosos, componentes não humanos e ação que compõem o contexto, e sua conexão com os elementos intervenientes (estilo de gestão, tipo de área funcional, accountability, integração da equipe, experiência, cognitivo, motivação, engajamento de recursos pessoais, engajamento afetivo e amplitude da network) afetam a variação dos padrões de ação. Outro aspecto relevante é que quanto maior a necessidade de inclusão de indivíduos de grupos distintos (outras áreas e de níveis hierárquicos diferentes) no processo de validação consensual coletiva, maior a necessidade de ciclos de interação para o alinhamento das ações. Assim, aumenta-se a complexidade desse processo, além de diminuir a sua dinâmica e fluidez para a adaptação das ações dos atores diante das incertezas do contexto. Enfim, o estudo propõe ponderações para a literatura das rotinas organizacionais na prática social, explorando as rotinas adaptativas em ambiente altamente regulamentado que induzem a (re)recomposição de padrões de ação a partir do repertório de práticas. Nesse contexto, o céu é o limite para criatividade dos atores para (re)criação dos seus padrões de ações, mas é imperativo manter os pés no chão, reverenciando o manto da regulamentação. |