[pt] REFUGIADOS FORA DE LUGAR: HISTÓRIAS EMBARALHADAS E A POLÍTICA DA IMAGINAÇÃO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SUZANA DE SOUZA LIMA VELASCO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63869&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63869&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63869
Resumo: [pt] Esta dissertação analisa como histórias sobre refugiados podem divergir da narrativa previsível de perseguição e sofrimento que é esperada deles, sem desconsiderar a violência envolvida em seu deslocamento. Refugiado se tornou uma categoria discursiva que delineia uma figura de proteção abstrata e despolitizada, e que na última década tem sido usada em oposição ao migrante entendido como um fardo. Como todas as experiências, as dos refugiados excedem as categorias impostas a eles. Sua especificidade é que seu excesso ameaça a ordem internacional. Eles são enquadrados como uma exceção temporária, ainda que inevitável, até que a normalidade – a cidadania – seja restaurada. A análise relaciona a construção da categoria de refugiado com uma linguagem estável que garanta previsibilidade num sistema de estados em que a mobilidade precisa ser controlada. Em seguida, mostra que até a linguagem mais categórica depende de uma ambivalência, por meio da qual os sentidos podem ser desestabilizados, ainda que sejam capturados novamente. Sugerindo que a linguagem é chave para se questionar o ideal regulativo espacial do pertencimento político, a dissertação analisa textos e filmes de ficção e não ficção que, nos últimos dez anos e em diferentes países, criaram formas mais instáveis de representação de refugiados, deslocando e rearrumando seus lugares espaciais e cognitivos. Com atenção a narrativas, seus enredos, personagens e escolhas formais, a dissertação mostra como pessoas denominadas refugiadas vivem nas fronteiras dessa categoria, para além da vitimização. Por meio de debates sobre visibilidade/invisibilidade, fronteiras e agência provocados pelas histórias, a análise começa com uma discussão sobre a dificuldade de se abandonar uma categoria ainda necessária para justificar proteção e chega à possibilidade de ressignificar narrativas sobre refugiados levando imaginação à vida, uma politização que está constitutivamente ausente da figura do refugiado.