[pt] A ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE NAS EXPLICAÇÕES PARA A OCORRÊNCIA DE ACIDENTES DE TRABALHO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: AMANDA COSTA PINTO DE MORAIS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34562&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34562&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.34562
Resumo: [pt] O Brasil é o quarto país no ranking mundial de acidentes com vítimas fatais e o décimo quinto em relação aos demais acidentes de trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Se as empresas são obrigadas a arcar com alíquotas maiores por lei pelos acidentes, o trabalhador, além de poder arcar com a vida, arca também com a culpa. É comum a liderança relacionar a ocorrência de um acidente a um comportamento inseguro do trabalhador. Essa visão é até certo ponto alimentada por uma literatura que enfatiza a responsabilidade do empregado justificando os acidentes através de categorias, como erro humano, ato inseguro, dentre outras. Este trabalho busca contribuir para os estudos das causas de acidentes de trabalho, examinando como a questão da responsabilidade é descrita por aqueles que gerenciam a segurança do trabalho. A partir de uma perspectiva etnometodológica, pretende-se identificar que concepções de senso comum sustentam as explicações que eles apresentam. O corpus é constituído de entrevistas realizadas com profissionais cuja posição hierárquica é mais próxima do topo da pirâmide e lidam com trabalhadores que executam atividades com risco iminente. Os resultados apontam, por um lado, a persistência da noção de ato inseguro, responsabilizando o trabalhador, com base em explicações que reforçam questões como agência, conhecimento e até intenção em provocar o acidente. Por outro lado, os resultados mostram também explicações que apontam para a responsabilização da empresa, o que nem sempre é assumido em casos de acidentes. Quanto àqueles envolvidos com o gerenciamento da segurança do trabalho, explicações de base cultural servem para desresponsabilizá-los, uma vez que a cultura da empresa e do trabalhador impossibilita qualquer ação eficaz. Dados esses resultados, verifica-se que, na prática, a tendência é buscar culpados e não apurar a responsabilidade de todos na ocorrência de acidentes.