[en] COMMUNICATION AND CHANGE IN BRAZILIAN ORGANIZATIONS: COMPOSING A FRAME OF REFERENCE FOCUSED ON THE SUBJECT ANDTHE RECONSTRUCTION OF IDENTITIES
Ano de defesa: | 2002 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=2706&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=2706&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.2706 |
Resumo: | [pt] Um dos grandes focos da literatura atual em Gestão tem sido a identificação de caminhos para a implementação eficaz de mudanças organizacionais. Diante das dificuldades que as organizações encontram em lidar com a gestão de mudanças freqüentes e intensas, diversos autores têm se empenhado na busca pela descoberta dos fatores que afetam a possibilidade de sucesso nos processos de transição. Entre tais fatores, a comunicação tem sido apontada como aquele que mais pode contribuir ou criar dificuldades para o engajamento das pessoas ou, como alguns preferem afirmar, para a redução de suas resistências. O que se observa, entretanto, é que, em grande parte desses textos, prevalece ainda um conceito de comunicação como um mero instrumento para a divulgação das intenções institucionais e para elevar o nível de compreensão das pessoas com relação aos objetivos das mudanças projetadas. Essa visão instrumental, inspirada em um modelo balístico de comunicação (Giordano, 1998), tem sido muitas vezes acompanhada de uma crença de que as resistências humanas são o maior obstáculo a ser vencido pela organização no processo. A tese aqui defendida é a de que esta é uma visão simplista, que não dá conta da complexidade do processo de mudança nas organizações. Assim, o presente trabalho procura modificar essa forma de abordar a problemática que envolve a mudança, a comunicação organizacional e as pessoas, adotando um enfoque interpretativo (Giordano, 1998) para a análise da comunicação. O pressuposto básico é o de que a comunicação é a arena na qual as pessoas e a própria organização podem criar sentido e reconstruir as suas identidades (Ford e Ford, 1995; Giddens, 1984; Taylor, 1993; Weick, 1995), bem como os indivíduos têm a chance de tornarem-se sujeitos na mudança (Olivier, 1995). Utilizando- se a metáfora do texto e da conversação proposta por Taylor (1993), construiu-se, então, um quadro referencial sobre os diversos aspectos que caracterizam a comunicação organizacional multidirecional, para responder a seguinte questão: de que modo os aspectos relativos à comunicação afetam os processos de subjetivação, de criação de sentido e de reconstrução das identidades das pessoas que participam das mudanças organizacionais? O quadro privilegia três dimensões: os indivíduos e suas identidades; as percepções sobre o contexto; as relações com as outras identidades presentes na organização. Com base no quadro mencionado, foi realizada pesquisa em cinco importantes organizações que atuam em diferentes ramos de atividades no Brasil e que vivem momentos de intensas mudanças. A partir dos resultados obtidos por meio de entrevistas semi-abertas realizadas com 75 pessoas do conjunto dessas organizações, no período compreendido entre maio e dezembro de 2000, foi possível concluir que os processos de subjetivação, de criação de sentido e de reconstrução das identidades das pessoas, no contexto de mudanças, estão fortemente ligados, entre outros aspectos: ao nível de clareza com que os indivíduos percebem as definições quanto ao conteúdo e às prováveis implicações das mudanças; ao modo como as pessoas percebem que as mudanças afetam a identidade, o papel social, a ideologia e as chances de sucesso da organização; ao modo como os indivíduos percebem que a mudança afeta as suas identidades pessoais e sociais; à história do relacionamento entre a instituição e os indivíduos, sobretudo em termos da confiança e do respeito mútuos; ao modo e à intensidade com que a organização cria oportunidades para que as pessoas possam fazer uso da palavra; às políticas e práticas de gestão de pessoas e aos recursos disponibilizados pela organização para que os indivíduos possam desenvolver o seu perfil pessoal e profissional, de modo a que percebam ter chances de sucesso no novo contexto; ao nível de igualdade de condições oferecidas aos diferentes atores no processo; à ênfase e ao modo como a organização cria oportunidades para que as pessoas possam reconstruir o seu espaço de convivência e solidariedade. |