[pt] DEUS E O SER HUMANO: RIVALIDADE OU COMPANHEIRISMO?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: CARLOS HENRIQUE MENDITTI
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=4434&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=4434&idi=3
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.4434
Resumo: [pt] José Saramago, escritor português, em O Evangelho Segundo Jesus Cristo apresenta a idéia de rivalidade entre Deus e o ser humano. Jesus, concebido como humano até na pecabilidade, é descaracterizado em sua humanidade como pessoa, devido à supressão de sua liberdade e à desvalorização de sua vida por Deus. O humano Jesus é conduzido por Deus forçosamente à morte na cruz. Como filho de Deus, Jesus é obrigado a assumir uma missão contra a sua vontade: fazer-se reconhecer em sua filiação divina e morrer crucificado como tal para que Deus possa se tornar um deus universal (católico). Deus é apresentado como um poder tirânico preocupado somente com seus interesses. A relação entre Deus e Jesus é conflituosa. É uma relação de interesses opostos; uma relação entre senhor e escravo. Andrés Torres Queiruga, ao contrário do autor português, preocupa-se, em sua reflexão teológica, em romper o mal- entendido que, desde o início da modernidade, levou Deus a ser percebido como rival do ser humano. Para ele, Deus é afirmação da pessoa humana, pois seu interesse maior é a realização do humano. As idéias de criação por amor e de Deus como antimal procuram confirmar essa intuição. A teologia de Andrés Torres Queiruga nos possibilita responder a acusação fundamental de José Saramago a respeito da desumanização que Deus engendra no ser humano. A relação entre Deus e Jesus inventada por José Saramago carece de sentido diante do fundamento da teologia de Torres Queiruga e de toda a fé cristã, a saber, a relação entre Jesus e Deus da revelação bíblico-cristã. O Jesus bíblico, ao contrário do Jesus fictício, faz uma experiência humanizante de Deus, pois percebe que Deus é Abbá de amor infinito. A verdade apontada por Torres Queiruga é a de que Deus se preocupa fundamentalmente não consigo mesmo, mas com a pessoa humana e com sua realização. Deus é o nosso grande companheiro.