[pt] DESENVOLVIMENTO E EMOCIONALIDADE: O IMPACTO DAS EXPERIÊNCIAS EMOCIONAIS INICIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ERICA DE LANA MEIRELLES
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=37436&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=37436&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.37436
Resumo: [pt] A ocorrência de experiências infantis negativas (como o abuso, a negligência e o estabelecimento de vínculos inseguros) tem sido relacionada à alteração da emocionalidade, podendo ser compreendida como integrante para a etiologia multifatorial dos transtornos psicológicos. O impacto das experiências precoces no comportamento adulto encontra espaço na compreensão das características do desenvolvimento do SNC (Sistema Nervoso Central) e no conceito de neuroplasticidade, capacidade neural de se moldar de acordo com as influências do ambiente. De modo consistente, são encontrados trabalhos que apontam haver correlação entre estresse precoce e o desenvolvimento de psicopatologias. Este trabalho visa compreender a influência das experiências da infância no comportamento emocional, e justifica-se na constatação de que esta compreensão pode auxiliar a melhor entender o adoecimento mental e a desenvolver estratégias de avaliação e tratamento mais adaptadas e eficazes. Para tanto, foram realizados uma extensa revisão bibliográfica sobre o tema e a construção e avaliação de um modelo animal que pudesse mimetizar os efeitos das experiências precoces na emocionalidade. O levantamento da literatura traz dados consistentes sobre estes efeitos biocomportamentais, frequentemente valendo-se, para isto, de modelos animais em neurociência afetiva. A pesquisa experimental visou mais especificamente avaliar se diferentes condições ambientais durante a lactação de animais são capazes de alterar sua resposta emocional no LCE (Labirinto em Cruz Elevado), paradigma de avaliação comportamental de emocionalidade. Foram aplicados os procedimentos de handling (manipulação) e separação materna nas três primeiras semanas pós-natais, tendo sido avaliados no LCE um total de 154 animais. Foram encontrados resultados consistentes para o procedimento de handling entre os diferentes grupos, entretanto o efeito parece não se estender aos animais adultos. Já o procedimento de separação materna utilizado não se mostrou capaz de alterar o comportamento emocional, dado que encontra reverberação na literatura, onde podem ser localizados resultados contraditórios. Foram pontos de limite para este trabalho o número grande de variáveis e o número pequeno de sujeitos por grupo experimental. Estudos mais detalhados e com paradigmas comportamentais diferentes dos aplicados podem ser de valia para aprofundar a discussão sobre os dados. Os resultados encontrados nesta pesquisa demonstram a grande complexidade da emocionalidade humana, que não pôde ser completamente modelada. São apresentadas perspectivas futuras sobre a investigação da etiologia de transtornos mentais levando-se em conta não somente aspectos ambientais, mas também os ligados à genética e a interação entre eles, atendidas pelo procedimento de crossfostering ou adoção cruzada. A relevância clínica da investigação das experiências infantis está em saber de que maneira elas alteram a emocionalidade, levando ao desenvolvimento de doenças mentais. Parece haver consenso entre os estudos em relação à desregulação do eixo HPA ser repetidamente documentada como uma consequência psicobiológica das experiências iniciais aversivas, tendo sido proposta como o potencial mediador neurobiológico dos efeitos de longo prazo das experiências emocionais negativas.