[pt] UMA CARTOGRAFIA DOS RESTOS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: NAYARA MARFIM GILABERTE BEZERRA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=47653&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=47653&idi=3
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.47653
Resumo: [pt] Esta tese, como um exercício crítico de leitura e escrita, gira em torno da noção de resto e de outras palavras que com ela se relacionam, partindo das figuras do catador e do trapeiro para refletir sobre o processo criativo como ato que aproxima artistas e pesquisadores daqueles que trabalham com o que é descartado, rejeitado e esquecido. Para tanto, apresento uma coleção de fragmentos que versam sobre o gesto de catar a partir da obra da escritora Carolina Maria de Jesus, derivando incialmente do seu conhecido Quarto de despejo para debruçar-me sobre o livro Diário de Bitita. A ênfase na obra em questão, na qual a autora narra cenas de sua infância, parte do mote benjaminiano de acolhimento das sobras e restos das narrativas oficiais, para que, tal como as crianças, possamos fazer história através do lixo da história. O lugar da infância que o Diário nos convida a visitar aproxima ainda a atividade de catadora dos devires criança e trapeira e motiva o diálogo com outros artistas e teóricos para uma conversa sobre resto e resistência, literatura e excremento, lixo e memória. Entre um e outro texto, como respiros, fragmentos inventados ao longo do caminhar da pesquisa são também costurados ao trabalho. Esses textos variam em forma e conteúdo e apresentam lampejos de memória, notas sobre o processo de pesquisa, atravessamentos do momento político que estamos vivendo e invenções biográficas. Compondo um modo crítico-ficcional de pensar a criação artística pela recolha de objetos, memórias e pensamentos, esse movimento pretende, por fim, interrogar-se também sobre o próprio fazer acadêmico, expandindo as noções de catação e coleção para um movimento de observar, escolher e recolher constitutivo do processo de pesquisa.