[pt] TRADUÇÃO COMO TO MPEY: TENTATIVAS DE REPARAÇÃO DAS HISTÓRIAS, DAS IDENTIDADES E DAS NARRATIVAS INDÍGENAS
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=46788&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=46788&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.46788 |
Resumo: | [pt] Há mais de cinco séculos, desde o achamento das Américas, o Ocidente vem escrevendo uma história que apaga, silencia e estereotipa as sociedades indígenas. Estudos da tradução de natureza historiográfica nos mostram que a tradução e os tradutores estão intimamente relacionados aos contínuos processos colonizadores de silenciamento dos ameríndios e de suas formações e produções discursivas. Trazendo como referencial teórico estudos da tradução pós-estruturalistas e estudos pós-coloniais, o objetivo central da presente tese é pensar a tradução como reparação (v. Paul Bandia 2008) e, em particular, como to mpey – conceito de vida do povo indígena Canela que significa algo como tornar bonito, resolver um problema, reparar algo –, ou seja, como forma de repensar e reparar não apenas as histórias, identidades e culturas das sociedades indígenas, mas de toda esta nação brasileira que vem se constituindo por matizes híbridos e que ainda enxerga nos povos autóctones um exotismo distante e tribal. O conceito de tradução utilizado implica a ampliação conceitual iniciada por Roman Jakobson ([1959]1975) e, sobretudo, o entendimento de reescrita proposto por André Lefevere ([1982]1992). Tendo como motivação primeira a Série Kotiria – coleção de livros que retoma algumas narrativas do povo Kotiria –, formamos um corpus com outros dois conjuntos de reescritas de narrativas indígenas publicados na atualidade. Foram analisados os paratextos presentes nessas coleções, de modo a verificar em que medida esses projetos se apresentaram como espaços de produção discursiva efetivamente indígena; ou seja, estivemos atentos a possíveis indicações de que essas reescritas podem constituir ou não exemplos ou casos atuais do velho processo colonial linguístico que insiste em ocidentalizar os indígenas. Por fim, valendo-nos de concepções de escrita e oralidade que desconstroem sua tradicional dicotomização, formuladas por estudiosos como Daniel Munduruku (s.d.) e Souza (2017), e considerando a emergência de literaturas indígenas, propomos essas reescritas como um potencial sistema literário contra-hegemônico. |