[pt] ALTERIDADE E MIGRAÇÃO: O ROSTO DO MIGRANTE À LUZ DA FILOSOFIA DE EMMANUEL LÉVINAS E DO MAGISTÉRIO DO PAPA FRANCISCO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: LEONARDO COSTA DA SILVA DE OLIVEIRA AMORIM
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63851&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63851&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63851
Resumo: [pt] O rosto do migrante nos fala, eloquentemente, a respeito da incrível desigualdade existente na sociedade humana e seus respectivos desdobramentos. Por outro lado, a maneira como notamos, percebemos e acolhemos esse rosto também fala, eloquentemente, a respeito de nós mesmos: o com que lidamos com a demanda, fragilidade e vulnerabilidade do órfão, da viúva e do forasteiro; daquele que está nu e faminto. Em outras palavras, pessoas pobres e desassistidas, caminhantes, migrantes, imigrantes, refugiados, expatriados, apátridas, requerentes de asilo, todos deslocadas à força. O exuberante e crescente fluxo migratório contemporâneo é formado por pessoas refugiadas da bestialidade das guerras e de governos despóticos, oriundas de territórios em conflito em busca de paz e segurança e, pelos assim chamados, imigrantes econômicos, que se refugiam em busca de melhores perspectivas de vida. Enquanto a disparidade de renda entre países pobres e ricos se mantiver como abissal e o processo de crescimento global se mantiver absolutamente desigual, o detonador migratório continuará fomentando os efeitos danosos do desequilíbrio da migração internacional com proporções épicas. Como consequência, a chegada de uma massa de imigrantes sem teto, privados de direitos humanos e não amparados adequadamente pela lei local, agudiza ainda mais os movimentos de caráter xenofóbico, racistas e nacionalistas. As incessantes ondas de novos imigrantes são percebidas com mal estar e temor provocando animosidade e hostilidade em relação à boa parte das comunidades e países que os recebem. O século XXI, marcado pelas novas eras da informação, da comunicação e da tecnologia; marcado pelos efeitos assimétricos de uma globalização perversa que promove o acesso não equitativo aos meios produtivos e financeiros; marcado pela formação e expansão de novos governos totalitários e pela configuração de uma nova ordem geopolítica multipolar; marcado pela persistência da pobreza e a perpetuação de desigualdades estruturais elementares, exarceba um fenômeno antigo, mas que se manifesta agora em proporções alarmantes: a crise dos refugiados e dos imigrantes pobres. Por tal razão utilizamos a perspectiva da filosofia de base ética do filósofo Emmanuel Lévinas. Suas categorias como rosto humano, visitação do rosto, rosto como revelação, rosto do estrangeiro, da viúva e do órfão como transcendência, cultura como rosto de outrem, perspectiva inter-humana, alteridade e próximo nos ajudam a lançar luz sobre a situação dos refugiados e imigrantes pobres da atualidade. De igual forma, também nos pareceu fundamental utilizar a perspectiva adotada por Papa Francisco durante todo o seu magistério. Desde o início de seu pontificado o Sumo Pontífice chamou a atenção para os novos desafios relativos ao drama dos refugiados e imigrantes da atualidade. Nos alertou de que a humanidade está em crise e que precisamos dar uma resposta efetiva às atuais mazelas humanas através de uma postura solidária e rejeitando as traiçoeiras tentações da separação e do individualismo. O Pontífice insiste na necessidade de se favorecer uma cultura do encontro que nos permita, de fato, cuidar e proteger o que Deus criou com dignidade, responsabilidade e amor fraterno.