[pt] O ROLE-PLAYING GAME COMO PROPOSTA PEDAGÓGICA DE CO-CONSTRUÇÃO DE HISTÓRIAS NO CONTEXTO DA SURDEZ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: PRISCILA STAROSKY
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=20616&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=20616&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.20616
Resumo: [pt] O estudo consiste em mostrar e discutir o desenvolvimento e a implementação de uma proposta pedagógica de co-construção de histórias através do role-playing game (RPG) no contexto terapêutico-fonoaudiológico de letramento de surdos com orientação bilíngue. A pesquisadora, além de experienciar a prática do RPG e de desenvolver uma proposta do jogo adaptada às especificidades de adolescentes surdos bilíngues, também analisa a co-construção narrativa, sob o ponto de vista interacional, durante a dinâmica de multiparticipação do próprio jogo. As bases teóricas do trabalho são interdisciplinares e fundamentam-se na Teoria da Narrativa, na Sócio-linguística Interacional, no Sócio-interacionismo Vygotskyano e em Práticas de Multiletramentos no contexto da surdez. A pesquisa, realizada no Ambulatório de Surdez do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é qualitativa de natureza participante, de caráter longitudinal e exploratório. Os dados foram gerados em seis sessões de implementação do RPG, das quais participaram quatro adolescentes surdos e uma professora surda (na condição de jogadores), um pesquisador de RPG e educação (na condição de mestre), a pesquisadora (como auxiliar) e uma intérprete de Libras. O corpus é constituído de segmentos da transcrição das interações face-a-face entre os jogadores surdos e seus mediadores (mestre, auxiliar e intérprete), em Libras e Português, durante as sessões de jogo. Os resultados mostram que os modos interacionais e multisemióticos de uma prática linguístico-discursiva específica, como o RPG, estão voltados para a criação conjunta e a co-autoria de narrativas ficcionais. Do ponto de vista teórico da Teoria da Narrativa, pode-se perceber que as narrativas co-construídas nos movimentos do jogo têm, ao mesmo tempo, uma relação de aproximação e de oposição à estrutura canônica laboviana. As atividades de contar histórias envolvem recontagem e criação de cenas narrativas, em pequenas e grandes narrativas. A criação instantânea de cenas de ação e o mundo imaginário paralelo em espaço e tempo, que surge da simulação baseada na ambientação, fazem do RPG um nascedouro de pequenas narrativas ficcionais que se entrecruzam e criam coerência na construção de uma grande narrativa. Do ponto de vista metodológico, pode-se perceber que o RPG, desenvolvido especialmente para um grupo de adolescentes surdos, promoveu interação entre os adolescentes, a professora e seus mediadores, com relevantes práticas de letramento envolvendo múltiplas semioses: a linguística, a visual, a espacial, a gestual e a tátil-sinestésica. Ressaltamos, portanto, que a característica hipermidiática do jogo foi essencial para envolver os adolescentes na atividade. A interatividade, enquanto traço essencial ao jogo, o uso de diferentes enquadres, os posicionamentos, o uso das pistas de contextualização e da alternância de código fizeram da prática do RPG uma experienciação de novas formas de contar histórias por parte dos aprendizes surdos, fundamentais no processo de construção de sentidos e de desenvolvimento da linguagem dos mesmos, em contexto bilíngue.