[pt] CARTOGRAFIAS CINEMATOGRÁFICAS: JOHANNESBURGO, MAPUTO E HARARE EM FILMES CONTEMPORÂNEOS PRODUZIDOS NA ÁFRICA AUSTRAL
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53406&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53406&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.53406 |
Resumo: | [pt] Partindo da indagação o que filmam os diretores africanos contemporâneos quando, hoje, apontam suas câmeras para as cidades, esta tese empreende uma viagem investigativa por Johannesburgo, Maputo e Harare através dos filmes de diretores africanos em atividade na África Austral. Os cinemas africanos contemporâneos realizados em países como África do Sul, Moçambique e Zimbabwe lidam, ainda hoje, em maior ou menor grau, com os reflexos de modos de produção que tiveram origem no período de dominação colonial. Se, na contemporaneidade, a África do Sul logrou organizar uma estável indústria de cinema no sul do continente africano, países como Moçambique e Zimbabwe ainda sofrem com os reflexos de uma descolonização tardia dos modos de produção cinematográfica. Com a queda do apartheid na África do Sul (1994) e as independências de Moçambique (1975) e Zimbabwe (1980), as cidades, territórios severamente marcados pela segregação perpetrada pelo colonizador, passam a atrair a atenção de cineastas locais, ao se transformarem no palco de acirrados debates acerca da segregação racial e espacial, do direito à terra e à moradia, da mobilidade, da relação campo-cidade, do embate entre tradição e modernidade. As cidades africanas, até certo momento tidas como projetos interrompidos e inacabados do pesadelo colonial, passaram a ser consideradas, em toda a sua complexidade, como a epítome da própria modernidade africana. As imagens dessas cidades modernas, complexas e desiguais, que emergem do cinema contemporâneo local, rasuram ou perturbam o regime dominante de representação do continente africano propagado pelo cinema e pela mídia ocidentais, problematizam visões que prevaleceram nos contextos de luta anticolonial e conquista da independência e contribuem para a renovação do repertório de imagens da África arquivadas pelo Ocidente. Os filmes analisados nesta tese ajudam a criar cartografias outras das cidades africanas levadas às telas. Tais cidades cinemáticas – ao editar, seccionar, justapor, aproximar e eliminar espaços – produzem percepções múltiplas e, às vezes, inesperadas. |