[pt] ESTADO FALIDO, CIDADE FRÁGIL, PROBLEMA FAVELA: NARRATIVAS DE INTERVENÇÕES DE INFRAESTRUTURA E SEGURANÇA NA MARÉ
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
MAXWELL
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49410&idi=1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49410&idi=2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.49410 |
Resumo: | [pt] Narrativas acerca de intervenções de infraestrutura e de segurança nas favelas do Rio de Janeiro são construídas em torno da chegada do Estado onde ele supostamente estava ausente com o objetivo de resolver o problema favela, tanto em termos da dita informalidade e precariedade, quanto em termos da suposta marginalidade dos seus habitantes, e integrálas ao restante da cidade como forma de superar a cidade partida. A concretude de sucessivas intervenções de infraestrutura e as frequentes intervenções de segurança, no entanto, permitem o questionamento desse mito da ausência do Estado nas favelas, enquanto a proximidade geográfica entre favela e asfalto, a circulação do espaço e a mão de obra que sustenta as relações na cidade empreendidas por seus moradores, e toda a sua vibrante produção social e cultural permitem o questionamento do mito da cidade partida. A principal pergunta que se coloca, portanto, é como o Estado brasileiro atua sobre esses espaços e corpos onde tradicionalmente é visto como ausente e frágil. Para tal, o presente trabalho partirá da literatura de Relações Internacionais para entender a relação entre discursos de falência, fragilidade, desordem e práticas específicas de intervenção e reconstrução no âmbito global (a partir dos conceitos de Estado falido, peacebuilding e nexo segurança-desenvolvimento), passando por uma literatura que mobiliza esses conceitos para pensar o urbano, pensar a cidade como um problema e suas possíveis soluções (em termos de peacebuilding urbano, cidades frágeis, urbanismo militar). Então, a partir da literatura brasileira especializada em favelas, questionará a construção da favela enquanto problema e as soluções articuladas por meio de formas específicas de presença do Estado, de forma a repactuar o problema como sendo um problema da atuação seletiva e imperfeita, muitas vezes racista, do Estado nesses espaços. Finalmente, a partir das contribuições e insuficiências dos conceitos e literaturas anteriores, o trabalho refletirá como as intervenções estatais, com foco em intervenções de infraestrutura e segurança, materializam-se especificamente no Complexo da Maré, reproduzindo exclusões e desigualdades, e como os moradores e organizações locais resistem a elas. |