[pt] A LÓGICA DO SISTEMA ESCOLAR E A TRANSFIGURAÇÃO DO ENSINO E DA AVALIAÇÃO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: AUGUSTO CESAR ROSITO FERREIRA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=35102&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=35102&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.35102
Resumo: [pt] O presente trabalho se propôs inicialmente a investigar quais são, na visão de professores de uma escola pública de Nível Médio da cidade do Rio de Janeiro, as metas e objetivos de suas respectivas disciplinas, da escola onde lecionam, e do ensino público de modo geral. Partindo da experiência prática do autor para a configuração do objeto, e das contribuições teóricas de Bourdieu, Ball e outros autores ligados à sociologia da educação, o estudo indica a existência de uma distância entre as metas e objetivos educacionais propostos e os realizados, e que a avaliação escolar reflete as finalidades do ensino para aqueles que avaliam. O trabalho de campo consistiu em entrevistas semiestruturadas com o diretor da escola, com 16 professores representando as diferentes disciplinas do currículo, que tinham 10 ou mais anos de magistério de Nível Médio, e observações dos Conselhos de Classe de final de ano letivo. Os achados apontaram para a falta de clareza na definição dos objetivos das disciplinas, e para o desconhecimento de metas e objetivos da escola na qual trabalham e da educação pública em geral. Ficou evidenciado que há uma transfiguração das finalidades do ensino, desde os documentos oficiais ou propostas pessoais dos professores, até os momentos de avaliação, especialmente os últimos do ano letivo e, para além disto, como achado da pesquisa empírica, foi percebido que estas modificações são dadas por uma lógica escolar característica e definidora da dinâmica do ofício docente. O guia de trabalho cotidiano para os professores é dado parcialmente pelo currículo da disciplina, parte por uma elaboração pessoal de cada professor, e parte por uma cultura professoral que valoriza, sobretudo, aspectos atitudinais dos alunos em lugar dos conhecimentos disciplinares. É ressaltada a contradição entre as boas intenções dos professores em aprovar os alunos com baixo nível de aprendizagem e o resultado de suas ações na reprodução das desigualdades escolares e sociais. A estrutura social específica do Brasil é analisada e é percebida a congruência entre esta, caracterizada pela desigualdade social, autoritarismo e tutela, e a atitude manifestada pelos professores pesquisados em sua cultura professoral de valorizar sobretudo os objetivos ligados à educação, despertar do indivíduo, preparação para a cidadania (e outros relacionados a estes), amenizar os conteúdos disciplinares, reduzi-los em quantidade e em profundidade, relativizar os critérios adotados para avaliação, e disposição em dar notas aos alunos com o intuito básico de aprovação escolar.