[pt] DUAS FACES DE UM MESMO ESTRANHAMENTO: A PRÁTICA DO DESIGN E A CENOGRAFIA DA ÓPERA NA SOCIEDADE BURGUESA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MATHEUS AUGUSTO CANNONE M DA SILVA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=52830&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=52830&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.52830
Resumo: [pt] Esta dissertação examina a fronteira entre a prática do design e a da produção cenográfica, tendo como referência a produção cênica da ópera. Argumenta-se aqui que tanto a prática do design quanto a do produtor cenográfico são formas de trabalho, situando-as segundo a categoria fundamental de Marx em que o trabalho é a base da constituição da vida social na humanidade. Logo, significa dizer que ambas as atividades estão submetidas às transformações e o estranhamento a que o trabalho passou na consolidação da sociedade burguesa. Defende-se neste trabalho a noção da sociedade burguesa como uma sociedade espetacular, na qual a produção cultural é orientada por uma crescente submissão do capital cultural ao capital econômico. Percebe-se a prática do design como um resultado da divisão social do trabalho na sociedade burguesa, em que sua função é a de reorganizar a produção industrial e submetê-la às demandas dessa sociedade, através da gestão da produção estranhada e da configuração simbólica pautada pela diferenciação e produção de novos valores de troca. Situa-se a ópera como um produto social da cultura da Idade Moderna, cuja função social está na organização do teatro lírico, importante espaço social das elites ocidentais durante esse período, que, com a sociedade burguesa, passa por um processo de comodificação e transformação em mercadoria cultural. A produção cenográfica, originalmente, um saber fazer artesanal, logo não estranhando, passa a ser fragmentado e alienado na figura da direção cênica moderna, ou seja, do diretor de arte, voltando para gestão da cena e diferenciação da mesma. Conclui-se que ambas essas práticas culturais, mesmo que distintas, se aproximam historicamente devido à sua submissão ao estranhamento e aos impactos subsequentes do mesmo.