[pt] VISÕES DE MUNDO E PROJETOS DE TRABALHADORES TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: SUZANA LANNA BURNIER COELHO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=4331&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=4331&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.4331
Resumo: [pt] A pesquisa descreve e analisa os processos de construção e reconstrução das visões de mundo e dos projetos de trabalhadores técnicos de nível médio em seu diálogo com a dinâmica cultural da sociedade na modernidade tardia. Foram entrevistados 20 técnicos de nível médio (16 homens e 4 mulheres), alguns recorrentemente, ao longo de três anos. Foram entrevistados ainda alguns pais e mães e visitadas algumas residências, locais de trabalho e espaços de lazer desses técnicos. Com foco nas concepções dos sujeitos, procurou-se identificar, descrever e interpretar o diálogo desses sujeitos, oriundos de diferentes contextos sócio- culturais, com os padrões culturais e disciplinares modernos encontrados, em diferentes graus e formas, nas famílias, vizinhança, escolas, empresas e nos espaços de sociabilidade e lazer. A pesquisa constatou que, ainda que inseridos no modelo mais geral de homem burguês, os técnicos, tanto os oriundos dos setores populares quanto de setores médios, apresentam universos simbólicos particulares, compostos, de forma híbrida, de práticas e representações selecionados de diferentes grupos sócio- culturais, em função dos eixos articuladores de seus projetos. Inúmeros fatores são descortinados como elementos que orientam tal seleção, desde as configurações familiares e as condições de vida até as características pessoais, passando ainda pelas instituições e práticas vivenciadas. As conclusões do estudo apontam para a clássica tensão entre sujeito, subjetividade e identidade, de um lado e racionalidade, universalidade e vida social de outro, equacionada de diversas maneiras nos vários grupos culturais. No caso dos técnicos investigados foi identificada uma tendência ao favorecimento do pólo da racionalidade, em detrimento do pólo da subjetividade, nas instituições acessadas ao longo de suas trajetórias de vida, como a escola profissional, os sindicatos, as universidades e as empresas. Mas tal tendência não é única e dialoga tensa e intensamente com os valores oriundos da cultura popular através de instituições como a família e a religião, e de espaços como a vizinhança e as redes de sociabilidade. Nesse quadro complexo, os técnicos constroem suas visões de mundo e projetos, plenos de limites mas também de possibilidades.