[pt] MARCELINO FREIRE EM CENA: O ESCRITOR ENTRE A AÇÃO E A ATUAÇÃO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: TATIANA DE ALMEIDA NUNES DA COSTA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=30668&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=30668&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.30668
Resumo: [pt] A tese se propõe a refletir sobre as múltiplas faces do escritor Marcelino Freire, considerando tanto seus escritos, em especial aqueles que não foram publicados por grandes editoras, como os projetos por ele desenvolvidos com o objetivo de repensar o cenário de produção e circulação da literatura, reconhecendo em Freire um desempenho semelhante ao de um autor-ator, pode-se assim dizer, por identificarmos em suas ações não apenas o desejo de criar obras e movimentos em torno da palavra, mas também uma insistência em recriar-se, como um sujeito imerso em um jogo cênico. A partir do lançamento de seus livros de contos Freire conseguiu projetar-se no ambiente literário, despertando o interesse tanto de leitores como da crítica. Com Angu de Sangue (2000) o escritor registrou seu modo particular de criação, a saber: uma escrita vingativa, centrada em tornar protagonistas indivíduos marginalizados que em suas atitudes desafiam o esperado, movimento levado ao extremo em Contos Negreiros (2005), vencedor do prêmio Jabuti (2006) na categoria Melhor livro de Contos e Crônicas. Nos últimos anos, o escritor tem alcançado destaque também por ser uma das vozes mais atuantes da literatura brasileira contemporânea a advogar um outro cenário para a escrita, promovendo eventos como a Balada Literária e o projeto Quebras. Um agitado cultural, assim se define Freire, fazendo referência ao seu interesse em movimentar a cena cultural e estimular tanto a entrada de novos autores como a circulação da palavra literária por inúmeros meios. Partindo desse panorama, o estudo problematiza até que ponto as práticas de Freire se colocam de forma tão ruidosa como os livros que o projetaram, ou se, pelo contrário, Freire, apesar de alardear uma renovação da cena, caminha muito próximo a um modo de fazer já existente. Assim, a tese perseguiu dois eixos centrais: perceber como o escritor se coloca diante de um ambiente aberto a novas possibilidades de produção narrativa, em especial, por conta do diálogo com as novas tecnologias da comunicação e da informação e, em paralelo, discutir a relação entre literatura e engajamento, atenta ao transitar e ao agir do escritor tanto nos circuitos tradicionais como nos alternativos. Como um escritor que se esquiva de catalogações rígidas, Marcelino Freire desliza entre a desobediência e o comedimento, entre o ativismo e a reserva, entre a exibição e a invenção, como um criador interessado em ser plural no espaço da página e também fora dela, borrando as fronteiras entre o real e o ficcional, através do gesto de publicização de sua própria pessoa.