[pt] BRINCANDO DE SER NA REALIDADE VIRTUAL: UMA VISÃO POSITIVA DA SUBJETIVIDADE CONTEMPORÂNEA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: DANIELA ROMAO BARBUTO DIAS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=9997&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=9997&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.9997
Resumo: [pt] Desde o fim do século XX, um grande número de publicações vem tratando das mudanças políticas, econômicas, tecnológicas e sociais que estão ocorrendo no mundo. Todas essas macro-mudanças têm gerado também transformações no plano micro (ou subjetivo), o que não passou despercebido por vários autores. A maioria destes, todavia, lança sobre o sujeito contemporâneo um olhar bastante crítico e negativo. Discordando desta postura, neste trabalho procuro refletir sobre as transformações subjetivas na atualidade a partir de um olhar positivo. Para alcançar esse objetivo, parti de uma pesquisa qualitativa realizada com 16 usuários de programas interativos da Internet. Nesta pesquisa, procurei indícios de transformações subjetivas a partir do uso que eles faziam desses programas. Os resultados revelaram que havia muitas semelhanças entre as características subjetivas por mim detectadas em meus entrevistados e aquelas do sujeito contemporâneo tal como descritas por Sherry Turkle, principalmente no que diz respeito à experiência de multiplicidade que ela interpretou como a co-existência de múltiplos eus. Um problema, no entanto, se configurava para mim. Turkle havia partido de um modelo patológico - o transtorno de múltipla personalidade - para caracterizar esse sujeito. Por isso mesmo, baseando-me no trabalho de Ian Hacking sobre múltipla personalidade, procurei desconstruir a idéia de Turkle de que é possível despatologizar um modelo patológico e dele fazer uso para descrever uma organização subjetiva sadia. Feito isso, passei à apresentação de alguns conceitos de Donald Winnicott, um autor que conseguiu olhar de modo positivo para características subjetivas resultantes de um contexto indubitavelmente negativo, o da Segunda Guerra Mundial. Inspirando-me em suas idéias, procurei mostrar que a Internet pode servir para o sujeito atual como um espaço potencial, um espaço para o brincar. Munida de todas essas reflexões, retornei à pesquisa e pude mostrar que, dado que nos chats os usuários podem ter muitos nicks e ser anônimos, neles eles têm a chance de brincar e experimentar ser mais de um sem que isso implique a existência de múltiplos eus. Finalmente, argumento que, dessa brincadeira, pode surgir algo bem mais interessante: uma identidade virtual estável.