[en] ENTREPRENEURIAL JOURNALISM UNDER PLATFORMS: THE RECONFIGURED NEWS PRODUCTION ENVIRONMENT AND THE PUBLIC INTEREST

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: RAQUEL DE QUEIROZ ALMEIDA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=66544&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=66544&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.66544
Resumo: [pt] Esta pesquisa estuda o jornalismo empreendedor e o surgimento de veículos de jornalismo autodenominados independentes a partir dos anos 2010 sob o signo das plataformas digitais e sua relação e efetiva contribuição para o interesse público. A investigação foi estruturada a partir do marco teórico da Economia Política da Comunicação (EPC), que tem como eixo estruturante as análises, pela ótica marxista, do trabalho e das relações sociais e de poder incrustadas na produção e consumo de bens simbólicos nos processos de comunicação. Busca entender, à luz do interesse público, como esses novos veículos jornalísticos, em formatos diversos como sites, newsletters, podcasts, agências de checagem de informações, canais digitais de vídeo, surgem, se organizam, produzem e se relacionam. Apresentamos o contexto histórico e ideológico que influencia e promove esse movimento: o neoliberalismo e a reestruturação capitalista do final do século XX e início do XXI, que prega a ideologia da livre concorrência e do mito do sucesso do empreendedorismo, especialmente o individual, impulsionada por um presumido determinismo das tecnologias digitais. Analisamos a influência e interferência engendrada pelo duopólio das plataformas Google e Meta com suas práticas de vigilância e comercialização de dados e comportamentos junto a esses empreendimentos, provocando mudanças nos modos de fazer jornalismo, assim como as relações e tensões entre esses novos veículos e a mídia hegemônica. Elencamos ainda os projetos regulatórios e de ordenamento que podem minimizar e conter danos gerados pelas práticas capitalistas das plataformas e alternativas que têm sido estruturadas a partir de experiências coletivas cooperativadas, bem como destrinchamos as fontes de receitas usadas por esses empreendimentos jornalísticos e os riscos inerentes. A partir da coleta de dados e documentos, escuta em palestras e painéis de eventos, entrevistas semiestruturadas e de um questionário respondido por 82 jornalistas que criaram ou fazem parte desses veículos, comprovamos a hipótese aqui proposta de que esse jornalismo independente tem provocado e fomentado pautas e inquietações na mídia tradicional, assim como promovido temas e discussões que encontram ações e respostas nas esferas legislativas e executivas em prol do interesse público. Reconhecemos que esse ambiente passa por um processo de reconfiguração e maturação que ainda provocará mudanças, alternâncias de papéis e oscilações de atuação desses atores. Identificamos a existência de vulnerabilidades e precarização para os profissionais empreendedores dessas iniciativas, especialmente em relação à fragilidade presente na maior parte dos modelos de financiamento praticados por eles. Como contribuição para futuras pesquisas neste mesmo campo sugerimos categorização e autodenominação que permita maior clareza de representação desses empreendimentos no ambiente de produção jornalística, assim como de sua relevante e significativa atuação voltada ao interesse público.