[pt] POR UM OLHAR TRANSHABERMASIANO: A ESFERA PÚBLICA VIRTUAL COMO TECNOLOGIA COGNITIVA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CAMILA MOURA PINTO
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MAXWELL
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=32224&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=32224&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.32224
Resumo: [pt] A questão que move esta estudo gira em torno de indagações teóricas acerca do papel das novas mídias na formação política atual. Parto da ideia de que a internet desempenha, hoje, papel central no desenho da esfera pública. Faz- se necessário, entretanto, transcender o conceito, tal como pontuado por Jurgen Habermas, visto que este defende que o agir nesta esfera resume-se a expor e ouvir ideias em sua forma discursiva verbal. É intrínseco, portanto, que atuando na esfera pública podemos formar nossas opiniões, compartilhá-las e transformá-las, configurando-a, por princípio, como um espaço formativo. Normalmente, autores da área da educação relacionam o pensamento de Habermas à formação política em, pelo menos, duas vertentes: a construção de um público apto a argumentar utilizando a linguagem verbal; e sua relação com a formação dos indivíduos, no tocante a sua capacidade de construir opiniões de forma crítica e reflexiva. Ela é, então, caracterizada pelo autor como um espaço racional e mediado pela linguagem verbal. Acredito, contudo, que algo foge a essas interpretações, especialmente, quando observamos a interação na web. Defendo a tese de que é preciso considerar a esfera pública virtual uma tecnologia cognitiva, ampliando sua conhecida vertente discursiva verbal. O intuito da pesquisa é unir uma série de aspectos que, em detrimento da valorização do discurso racional, acabam excluídas da análise habermasiana e da pedagogia crítica. Isso não significa abandonar a ideia de que a esfera pública seja um espaço de atos de fala, de discussão de ideias ou mesmo de emancipação social ou criação de consciência política, mas procurar ir além. Interessa-me englobar, a esse vasto repertório, uma concepção de funcionamento da mente/racionalidade que incorpore também aspectos corporais, emocionais e tecnológicos ao uso dos artefatos conectados à internet como tecnologias cognitivas, extensões de nossa mente e objetos materiais que produzem e/ ou alteram o sentido empregadona construção de significados e visões de mundo. Isso implica compreender esses objetos como constitutivos e transformadores e, não apenas, instrumentos procedimentais ou mediadores na construção de nossas opiniões e ideologias políticas.