Testemunhas de Jeová: Uma análise simbólica do conflito motivado pela recusa em se submeter a tratamentos com transfusões sangüíneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Pinheiro, Douglas Antônio Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/903
Resumo: Ao aceitar a negativa às transfusões sangüíneas como o principal símbolo diferenciador oferecido pelas Testemunhas de Jeová no mercado de salvação, tomando por referencial as categorias da sociologia dos sistemas simbólicos, bem como a noção de campo simbólico, e amparado pelo histórico de tal grupo religioso, é possível perscrutar a maneira como essa abstenção de sangue gera o consenso entre os consumidores de tal bem simbólico, além de lhes forjar uma identidade própria e capacitá-los à concorrência com outras empresas de salvação. Ademais, esse mesmo referencial teórico permite vislumbrar o motivo pelo qual a empresa de salvação não consegue lograr êxito no campo jurídico, embora o consiga de certa forma no campo religioso, em se tratando das discussões judiciais que versem sobre a negativa em se submeter a tratamentos que utilizem transfusão sangüínea. Afinal, na medida em que as estruturas religiosa e jurídica remetem à estrutura social, não se pode esperar que o agente jurídico dê salvaguarda às pretensões de uma nova empresa de salvação, pois, ao legitimar um novo simbolismo, abre margem ao questionamento de toda ordem simbólica existente no qual sua própria posição encontra-se legitimada. Compreende-se, assim, que não somente a doutrina de abstenção de sangue das Testemunhas de Jeová tem uma forte lógica simbólica a lhe justificar a existência, mas também, que a própria derrota sofrida nas lides judiciais remete a uma estrutura social, cuja manutenção é uma constante por meio da prática de seus agentes. Assim, longe de ser meramente religiosa ou jurídica, a problemática é, antes de tudo, simbólica, estrutural e sociológica.