O reggae na “Jamaica brasileira” : cidadania e política a partir de letras musicais
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica de Goiás
Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia Brasil UCG Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Gestão do Patrimônio Cultural |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/3427 |
Resumo: | A cidade de São Luís foi seduzida por um ritmo que conquistou a alma de grande parte da população maranhense negra de baixa renda, o reggae. Outrora nomeada de Atenas Brasileira, Cidade dos Azulejos, Ilha do Amor, a capital do Maranhão passou a receber o codinome de 'Jamaica brasileira', em menção à música do Caribe que se proliferou por todos os cantos da ilha. A cultura maranhense - amplamente reconhecida pelo tambor-de-crioula, o bumba-meuboi, o cacuriá, a Festa do Divino e os terreiros Mina - passou, assim, a ser representada pelo reggae, que veio nas ondas da indústria cultural a partir de meados da década de l970. Apesar de contestado por alguns defensores da “autenticidade cultural”, o roots jamaicano foi adotado por amplos segmentos da população e da juventude negra ludovicense, tornando-se um importante elemento de lazer e identidade étnica. Esta dissertação investiga características místicas, religiosas e políticas que denunciam desigualdades étnicas e sociais, partindo das letras musicais amplamente tocadas e conhecidas na cidade e revelando como a diáspora jeje superou problemas de construção da identidade, ao incorporar o reggae como seu patrimônio cultural. Os resultados colhidos na pesquisa de campo etnográfica indicam o amplo significado social deste patrimônio, materializado nos rituais, nas roupas coloridas com cores panafricanas e nas recorrentes imagens de lion-man que passou a configurar cenário propício para reivindicações de cidadania e direitos políticos. O fenômeno estudado fornece visibilidade ao blefe de tradições atribuídas a um restrito grupo social dominante no Maranhão e aos processos de “higienização” vivenciados historicamente pelos africanos e descendentes. Para melhor situar a complexidade social e simbólica na qual o reggae foi concebido e estabelecido como linguagem identitária, este viés interpretativo reapresenta o ritmo jamaicano, buscando no Egito Antigo as raízes estéticas para o uso dos dreadlocks e no milenar ritual de passagem do povo Masai a figura emblemática do leão. |