Romaria virtual do Muquém: religião tradicional na plataforma digital
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidades Brasil PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências da Religião |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4875 |
Resumo: | FRANZIN, Aldemir. Romaria Virtual do Muquém: religião tradicional na plataforma digital. Tese (Doutorado em Ciências da Religião) – Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC/GO, 2022. 211 p. Esta pesquisa busca descrever e analisar a passagem de uma romaria, expressão do catolicismo tradicional e popular arraigada na história, nos costumes e na cultura do interior de Goiás, para o meio digital. A nova realidade da pandemia do COVID19 confrontou os dirigentes do Santuário Nossa Senhora d´Abadia do Muquém, em Niquelândia, Goiás, com o desafio absolutamente extraordinário de realizar uma romaria de forte conotação corporal, nascida no mundo agrário, para a modalidade virtual à distância. Transpor essa devoção popular e tradicional para a plataforma digital foi a forma encontrada para manter a continuidade da romaria e o contato com os romeiros por dois anos seguidos. A questão central da pesquisa é, portanto, essa: analisar o que acontece com uma romaria quando ela se torna virtual; ou seja, analisar o processo de virtualização de um complexo fenômeno religioso coletivo. Interessa-nos ainda saber que tipo de experiência religiosa fazem os romeiros virtuais, em que medida a experiência virtual afeta sua religiosidade. Assumimos como hipótese que o processo de virtualização causa mudanças na expressão religiosa da romaria e na própria religiosidade dos romeiros. Mas o que precisamente? Em qual intensidade? O que se adapta ou não se adapta? Surge algo novo? O procedimento metodológico adotado consistiu, além do enfrentamento de autores especializados na relação entre religião e mundo digital, como Campbell (2020), Sbardoletto (2019) e Hoover (2014), também na análise crítica, qualitativa e quantitativa de narrativas, depoimentos e entrevistas colhidas entre os romeiros virtuais, e ainda da análise de dados e gráficos levantados junto à própria plataforma digital. Os resultados indicam que é possível realizar uma romaria virtual, mas que a romaria virtual não substitui a romaria presencial. A virtualização da experiência religiosa coletiva mudou o perfil do romeiro e suas práticas religiosas e impactou a própria experiência religiosa. A romaria não diminuiu, não desapareceu e nem se estruturou como tal na plataforma digital. Ela se tornou dinâmica e foi acolhida por um número expressivo de romeiros que se conectaram, se envolveram, que curtiram e “negociaram” sua participação na devoção virtual. Mesmo com as alterações acontecidas nas práticas religiosas cotidianas dos romeiros, eles voltaram dois anos depois à romaria presencial com diversas práticas que não tinham na fase anterior à pandemia. Ao que tudo indica, tais práticas, surgidas na romaria virtual, tendem a permanecer na romaria presencial. |