Reflexões sobre a experiência de Acolhimento Institucional Infantil
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas BR PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/2034 |
Resumo: | A prática de separar crianças e adolescentes do convívio familiar e colocá-las em uma instituição não é característica somente do momento histórico atual, mas ato presente desde o Brasil Colonial. Dentre várias temáticas que exploram a infância, poucos trazem como objeto de estudo os sentidos que as crianças que passam pelo acolhimento institucional atribuem a essa experiência. Percorrendo vários momentos históricos até a atual concepção moderna da infância brasileira, o presente estudo se propôs a identificar e analisar os sentidos relacionados ao processo de acolhimento institucional de crianças abrigadas em uma instituição de Anápolis, Goiás. Considerando que cada criança subjetiva de maneira singular suas experiências, escutar as crianças não somente como sujeitos de direitos, mas como sujeitos de desejos foi o desafio deste trabalho. A pesquisa realizada foi de cunho qualitativo, por meio de entrevistas analisadas com base no Método de Explicitação do Discurso Subjacente, utilizando como suporte teórico na análise dos resultados a teoria psicanalítica. Tal método mostrou-se adequado na coleta de dados, ao aproximar entrevistas presenciais semi-dirigidas ao contexto de conversas informais cotidianas, facilitando a interação entre participantes e pesquisador. Participaram da pesquisa dez crianças, de ambos os sexos, com idade entre sete e doze anos, que residiam em uma instituição filantrópica de acolhimento a crianças e adolescentes, em Anápolis, Goiás. Após a aplicação das entrevistas, transcrição dos depoimentos e análise dos resultados, pôde-se levantar as seguintes categorias: sentimentos ambivalentes e repetição da violência. Pôde-se perceber uma mistura de amor e ódio nos sentimentos das crianças, presentes tanto em processos de formação de novos vínculos, quanto em experiências de separação ou perda de um objeto de amor. A violência, em relação aos seus direitos e desejos, presente na história de vida destas crianças, repetiu-se em suas experiências de acolhimento institucional. Os resultados sugerem a necessidade de se escutar as crianças antes e após qualquer tomada de decisão por parte dos envolvidos no processo de proteção à infância, apontando práticas que efetivem direitos já legislados no Brasil. |