COMPAIXÃO E FIDELIDADE NO SACERDÓCIO DE JESUS CRISTO EM Hb 4,14-5,10

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Araújo, Eleno Marques de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1004
Resumo: A presente pesquisa oferece uma leitura do texto de Hb 4,14-5,10, onde seu autor ou autora faz a afirmação de que Jesus é sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedec. Ao iniciar a análise do texto, apresentamos alguns princípios hermenêutico-metodológicos para ajudar na compreensão final dos passos dados nessa dissertação. Esse texto foi escrito por um autor ou autora de uma comunidade paulina, portanto, um discípulo ou discípula de Paulo. Datamos a perícope entre as décadas de 60-80 dC. O local de composição ainda é incerto, porém a Carta aos Hebreus foi aceita como texto sagrado primeiramente no Oriente, Alexandria e só posteriormente no Ocidente, com forte influência da comunidade cristã de Roma. A perícope, como parte da Carta aos Hebreus, figura no atual cânon bíblico como a última carta de São Paulo apóstolo. Este texto é o único do Novo Testamento que afirma o sumo sacerdócio de Jesus Cristo, segundo a ordem de Melquisedec, sempre fazendo referências a Gn 14,18-20 ou ao Sl 110. No período histórico, no qual a Carta aos Hebreus foi escrita, muitas pessoas cristãs foram perseguidas, torturadas e martirizadas, não só em Roma, a capital do Império Romano, mas por toda a extensão imperial, pessoas livres tornavam-se escravas e perdiam sua liberdade e seus direitos. O autor ou autora objetiva animar as pessoas destinatárias à fidelidade da confissão de fé e a suportar com perseverança até mesmo a rapina de seus bens com a garantia de possuírem um futuro melhor. Cabe ressaltar a dimensão antropológica e cristológica da perícope: o autor ou autora apresenta a pessoa humana fraca, iludida e ignorante no centro do texto. Jesus, o sumo e eterno sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, interessa-se de maneira especial por essas pessoas, das quais ele se compadece oferecendo orações e súplica a favor delas. Sua intervenção foi atendida por causa de sua obediência ao Pai por seu poder de compadecer-se daquelas pessoas fracas, iludidas e ignorantes. O sacerdócio de Jesus ancora-se na tradição de Melquisedec como instituído por Deus bem como na centralidade da compaixão com as pessoas miseráveis e da obediência ao Pai.