O Olhar Masculino sobre o Atendimento nos Serviços de Saúde e a Compreensão do Processo Saúde-Doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Magalhaes, Sandra Suely
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e Saúde::Curso de Enfermagem
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4196
Resumo: Estudos comprovam que a expectativa de vida dos homens comparando às mulheres é menor em praticamente todas as faixas etárias, e o risco para mortalidade precoce é maior. Os homens são menos interessados e preocupados com sua saúde, tem mais resistência para buscar os serviços de saúde. Eles quase sempre, acessam esses serviços na fase aguda dos agravos. O objetivo do estudo foi compreender a vivência masculina relacionada ao atendimento ofertado nos serviços de saúde e o significado do processo saúde-doença. Trata-se de um estudo descritivo interpretativo, no qual foram entrevistados vinte homens, com idade entre 20 e 59 anos, no período de fevereiro a julho de 2017, em um município localizado na região central do Estado de Goiás, Brasil. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada, nos domicílios e o método de análise de dados foi a análise temática interpretativa segundo Braun e Clarke. Em termos da vivência do atendimento os homens descreveram aspectos positivos e negativos que marcaram os fatores relacionados a busca por atendimento e as dificuldades estruturais desses serviços. Ficou evidente que a busca pelo serviço depende fortemente de aspectos relacionados ao horário de atendimento (de modo que não interfira no horário de trabalho), do acolhimento, da comunicação com os profissionais de saúde. Para a maioria dos homens a saúde é fundamental, traz independência, força, vida, riqueza e tranquilidade. Alguns qualificaram a saúde como bem-estar, como algo que traz ânimo para vida, condição essencial para o trabalhar. Embora mencionem a saúde como a dimensão mais importante da sua vida, essa representação na verdade mostra que o trabalho é o mais importante e a saúde é o elemento que traz para esse homem o seu melhor potencial para o trabalho. A doença foi mencionada como uma sensação muito ruim de que algo não vai bem, que traz dependência, medo de ficar inválido, de não conseguir trabalhar e prover recursos financeiros suficientes para cuidar da família, foi identificada como limitante, e que atrapalha o lazer e, principalmente, no trabalho. Ao descreverem sobre o cuidado com sua própria saúde, verificou-se que a maioria dos homens, apesar de reconhecerem a importância de realizar o check-up anual e cuidar da saúde, justificaram que em função do cansaço do trabalho, da rotina e da vida corrida não o fazem de modo rotineiro. Outros demostraram preocupação apenas com família e destacaram que o homem gosta de adquirir bens de valores. Os resultados apresentam indicadores para que profissionais, gestores municipais, estaduais e federais conheçam a perspectiva masculina sobre o processo de saúde, doença e cuidado em saúde e, com isso, possam avaliar a adequação das intervenções que tem sido implementadas, assim como, planejar outras intervenções mais eficazes em especial nas ações promovidas pela atenção primária em saúde para a promoção da saúde do homem.