As relações com a parturiente na assistência ao parto domiciliar: perspectivas tradicionais e modernas
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e da Saúde Brasil PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4242 |
Resumo: | Objetivo geral: analisar as relações na construção dos cuidados no parto domiciliar por parteiras tradicionais e parteiras formadas. Objetivos específicos: descrever a assistência realizada às mulheres no parto domiciliar acompanhado por parteiras tradicionais e parteiros formados; descrever as relações entre parturientes/família e as equipes de parteiras tradicionais e parteiros formados; analisar como os profissionais vivenciam o desenvolvimento desta relação no atendimento ao parto em casa acompanhado por parteiras tradicionais e parteiros formados. Trajetória metodológica: este é um estudo de natureza qualitativa, do tipo exploratório e descritivo, tendo como abordagem metodológica a Teoria Fundamentada em Dados. A coleta de dados se deu por entrevistas semiestruturadas com 19 parteiros que atendem parto domiciliar, entre eles enfermeiras obstetras, obstetrizes, parteira de formação técnica, parteira na tradição e parteiras tradicionais atuantes no Brasil. Os dados foram coletados no período entre julho de 2016 a dezembro de 2017. Resultados: na análise das entrevistas emergiram duas categorias temáticas: “filosofia de trabalho”, abrangendo integralidade, naturalidade e o rigor; e “o relacionamento”, abrangendo construção da identidade, o eu profissional da parteira, o contato com a mulher, a mulher enquanto pessoa, a relação pessoal com a mulher no trabalho e o relacionamento que permanece. Tanto os profissionais com formação acadêmica, quanto os com formação tradicional, percebem seu oficio muito além de uma atividade profissional, como uma prática de vida. A filosofia de trabalho da parteira está atrelada à identidade profissional dela. Sustenta um relacionamento parteira-parturiente profundamente pessoal, que segue uma via de mão dupla. A filosofia está atrelada à integralidade, naturalidade e rigor pautados num envolvimento profundo com a vivência emocional e subjetiva da parturiente. Essa visão do parto, e da mulher como personagem principal deste evento, permite garantir autonomia e empoderamento. No parto em casa ocorre uma imersão da parteira na vida e na história da gestante. Essa relação íntima permite uma entrega por parte da mulher. Diferentemente do contexto hospitalar, o relacionamento desenvolvido pelos parteiros em casa, não se encerra ao final do acompanhamento gravídico-puerperal. É uma relação para a vida, permeada de confiança. Considerações finais: este estudo descreve-se uma relação recíproca entre a filosofia do trabalho na assistência ao parto domiciliar e a construção do relacionamento com a parturiente. Ambos são pautados em valores de espontaneidade, envolvimento pessoal e humanização dos cuidados. A filosofia do trabalho segue na busca pela integralidade nos cuidados. As parteiras possuem uma tendência a adoção de práticas naturais. A forma com que a relação se constrói e os fatores que permeiam são norteadores na construção desta identidade. Na sua forma de se relacionar com a parturiente, a assistência ao parto domiciliar atende numa visão integral, promove empoderamento e respeito à autonomia da mulher durante o parto. |