AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NAS VOZES DAS CRIANÇAS.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Carvalho, Maria Goretti Quintiliano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/708
Resumo: O presente trabalho, inscrito na linha de pesquisa Teorias da Educação e Processos Pedagógicos, do Programa de Pós-Graduação em Educação - PUCGO, teve como objetivo compreender de que forma as crianças consideradas com dificuldade de aprendizagem concebem (ou não) essas dificuldades de aprendizagem e qual sua relação com o saber que lhe é apresentado pela escola. E, ainda, verificar a forma como as crianças tem participado nas pesquisas nos Programas de Pós-Graduação e nos periódicos com WebQualis A1 da Capes sobre dificuldades de aprendizagem e fracasso escolar. Foram selecionados 1444 trabalhos e 60 artigos. Para o planejamento e realização da pesquisa de campo, em escola de tempo integral em São Luís de Montes Belos - GO, bem como para a realização dos diálogos com as crianças (indicadas pelos/as professoras com crianças com dificuldades de aprendizagem), foram consideradas os trabalhos de Sarmento (2011, 2009, 2005, 1997); Sarmento e Gouvea (2009); Kramer e Leite (2011); Kramer (2009, 1996); Delalande (2011); Abramowicz (2011, 2010, 2009), Alderson (2005) entre outros. As reflexões sobre as dificuldades de aprendizagem e fracasso escolar, sobre a educação em sua forma escolar foram orientadas pelos trabalhos de Charlot (2013, 2009, 2007, 2001, 2000, 1986), Freitas (2011), Foucault (2010), Tiballi (1998), Patto (1999); Angelucci et al (2004), Faria (2008). Os resultados desse trabalho evidenciam que as pesquisas não conseguiram romper com a tradição de subjetivar as vozes das crianças e colocá-las de fato como interlocutoras nas pesquisas; que o fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem são pesquisados como fenômenos independentes; que as crianças continuam sendo responsabilizadas por suas dificuldades de aprendizagem e, pela situação de fracasso escolar que enfrentam; e apresenta recente movimento mudança nas pesquisas sobre o fracasso escolar e as dificuldades de aprendizagem, a partir das contribuições teórico-metodológicas da Sociologia da Infância, na construção de outras concepções e perspectivas que fundamentam as pesquisas em relação às crianças como interlocutora nas pesquisas. As vozes das crianças trazem suas concepções sobre as dificuldades de aprendizagem, sobre as atividades que realizam na escola, sobre seu relacionamento com os/as professores/as. Vozes que fazem emergir a lógica da escola, que é a de que educar significa vigiar e punir, para obter a docilidade das crianças; e que este processo de disciplinamento e de governo da infância constrói as dificuldades de aprendizagem das crianças. Vozes que revelaram a dor e a angústia do silenciamento que todo o processo desenvolvido dentro da escola desencadeia. A escola torna um lugar que paralisa. A escola é um lugar de fixidêz em um determinado lugar. Em vários momentos as crianças afirmam estar em uma ação não terminada, a tarefa escolar é uma ação sem fim.