Políticas públicas: a construção das noções de pobreza no Programa Bolsa Família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mesquita, Vanessa Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1893
Resumo: A pobreza é percebida como um desafio para as Nações Unidas e, por isso, são formuladas políticas públicas que combatem a pobreza em âmbito mundial. No Brasil, a criação de políticas públicas assistenciais também têm se apresentado como um desafio. Diferentes áreas de estudos dão atenção a esse fenômeno e a grande maioria deles tem enfoque interventivo na busca por sua superação. Esta pesquisa estuda a pobreza, com enfoque nas políticas públicas, sob o olhar da Psicologia Social Crítica e a partir do movimento do Construcionismo Social, da Teoria Ator Rede e da governamentalidade. Objetiva-se a compreensão dos sentidos nas noções de pobreza existentes na Política de Assistência Social, mais especificamente do Programa Bolsa Família. A pesquisa foi realizada no município de Rio Verde-GO e teve como fontes de informação: documentos de domínio público que envolvem a temática, observações e entrevistas. Foram analisados os sentidos atribuídos à pobreza pelos(as) profissionais e beneficiários(as) que trabalham diretamente com o benefício de transferência de renda. A análise ocorreu a partir da metodologia das Práticas Discursivas, com o uso de Mapas Dialógicos, Linha Narrativa e Árvores. Em análise, pôde-se observar que as questões de gênero estão muito presentes no Programa e que nem sempre as profissionais que estão à frente da política têm essa percepção tão clara. Diferentemente de outras pesquisas, nesta não se observou o efeito de empoderamento das beneficiárias que recebem o dinheiro. Nos sentidos apreendidos pelas beneficiárias, o dinheiro recebido se caracterizou como um recurso gerador de autonomia. Observou-se, também, no discurso das beneficiárias e das profissionais, uma dialogia existente entre estudo e mercado de trabalho, que coloca a educação como um aspecto de superação da situação atual. Emergiu, no estudo, um descrédito por parte das beneficiárias com relação ao Programa Bolsa Família, em virtude da não compreensão sobre o funcionamento da política. A noção de pobreza para as profissionais entrevistadas perpassa a questão da vulnerabilidade biopsicossocial. Tanto as profissionais, como as beneficiárias, respondem aos efeitos produzidos pelos documentos de domínio público de maneira semelhante. Nos documentos, a noção de pobreza é percebida como um problema da sociedade atual e que, portanto, deve ser combatido. Os dados estatísticos e indicadores encontrados promovem uma naturalização da pobreza.