Ensino no curso de graduação em farmácia: contexto atual e contribuições da teoria do ensino desenvolvimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araújo, Laís Lima Nabuco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidades
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4943
Resumo: As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia (DCNs em Farmácia) estabelecem princípios, fundamentos, condições e procedimentos para a formação de Farmacêuticos, nacionalmente, prevendo formação humanista, crítica, reflexiva e generalista, centralidade na aprendizagem, uso de metodologias ativas, bem como o alinhamento do curso ao processo de saúde-doença de indivíduos, família e comunidade, à realidade epidemiológica, socioeconômica, cultural e profissional, para proporcionar a integralidade das ações de cuidado em saúde, tecnologia e inovação em saúde e gestão em saúde. Tais princípios inspiram uma perspectiva humanista de formação e a direciona ao atendimento de necessidades sociais da população. Contraditoriamente, o documento também introduz, de forma clara, a perspectiva neoliberal, representada pelas noções de competência e de empreendedorismo. A análise da literatura científica revela que, no curso de graduação em Farmácia, a maioria das dificuldades e limitações está ligada às práticas pedagógico-didáticas que ainda apresentam caráter transmissivo. Considerando esta problemática, surgiu a seguinte questão: em face das dificuldades e limitações do ensino no curso de graduação em Farmácia, com relação a aspectos do currículo e do processo de ensino-aprendizagem, quais possibilidades podem ser trazidas da teoria do ensino desenvolvimental para uma formação contraposta ao discurso das competências? O objetivo geral foi discutir possibilidades para avanços no ensino no curso de graduação em Farmácia. Metodologicamente, a pesquisa se constituiu como bibliográfica, elegendo-se para análise os trabalhos de Vygotsky, Leontiev e Davydov que abordam a atividade humana, a aprendizagem e o desenvolvimento. Os resultados e discussões destacam conceitos da teoria de Vygotsky para mudanças na formação de farmacêuticos, como mediação cultural, instrumentos e signos, processo de internalização, desenvolvimento de funções psicológicas superiores, zona de desenvolvimento proximal, processo de formação de conceitos, conceitos cotidianos e conceitos científicos. Da teoria de Leontiev, destacam-se a atividade humana e a sua estrutura. Em Davydov, destacam-se a formação de conceitos teórico-dialéticos como foco central do ensino-aprendizagem e a atividade de estudo para a formação destes conceitos. Por fim, apresenta-se a organização do ensino de um conceito, fármaco, tendo em vista demonstrar a possibilidade de um professor do curso de Farmácia nortear-se pelos princípios da teoria do ensino desenvolvimental de Davydov. Mostra-se de que forma o ensino organizado pode ter seu foco no pensamento teórico-dialético e não simplesmente em competências de caráter instrumental. Expõe-se que o ensino desenvolvimental pode prover condições para os estudantes investigarem o objeto de estudo e transformá-lo durante o trabalho de aprendizagem, contribuindo para autonomia na resolução da tarefa; independência intelectual; compreensão da construção social e histórica dos conceitos na área de farmácia; compreensão da constituição dialética dos conceitos e de seu movimento interno formado por relações gerais e particulares; utilização do conceito teórico como método de pensar e lidar com o objeto real. Estas capacidades são essenciais para o desenvolvimento ativo, criativo, independente e crítico dos estudantes, contribuindo para a formação da sua personalidade e de sua atitude científica profissional. Conclui-se que o ensino fundamentado na teoria davydoviana permite avanços que contribuem para se buscar a ressignificação das competências, deslocando-se seu sentido para o nível de capacidades humanas que desenvolvem o futuro profissional de forma ampla e dialética, em uma visão contraposta à tríade conhecimentos, habilidades e atitudes, incorporada pela concepção neoliberal de formação humana