A aprendizagem de alunos com deficiência intelectual na visão do professor de sala de recurso multifuncional: uma análise sob a perspectiva histórico-cultural.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Morais, Bratislene Assunção de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidades
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4867
Resumo: No Brasil, a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva prevê que alunos da educação especial sejam matriculados nas escolas comuns e em Sala de Recurso Multifuncional, de modo a receberem atendimento educacional especializado. A revisão de literatura sobre o tema evidencia: despreparo dos professores, em geral, para lidarem com alunos da educação especial; falta de compreensão sobre o processo de aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual, tanto por parte de professores de salas comuns quanto de escolas especiais; formação continuada do professor aligeirada e insuficiente, com tom informativo; pouca estrutura das instituições. Diante disso, este estudo buscou responder à seguinte questão: qual a visão de professores da Sala de Recurso Multifuncional sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno com deficiência intelectual nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Amparando-se na teoria histórico-cultural de Vigotski, particularmente nos fundamentos da defectologia, a pesquisa teve como objetivo geral analisar a visão de professores da Sala de Recurso Multifuncional acerca da aprendizagem do aluno com deficiência intelectual. Os objetivos específicos foram: realizar revisão de literatura sobre o tema; descrever o percurso histórico da educação especial; identificar, relacionar e analisar, com base na teoria histórico-cultural, a visão de professores da Sala de Recurso Multifuncional sobre o desenvolvimento do aluno com deficiência intelectual. Os procedimentos para o desenvolvimento deste estudo envolveram a revisão de literatura do tipo narrativa e pesquisa de campo. A pesquisa de campo, de natureza qualitativa, no formato on-line, teve como participantes 8 professores da Rede Municipal de Educação de Goiânia, Goiás, que atuam na Sala de Recurso Multifuncional. Para a coleta de dados, empregou-se questionário e entrevista semiestruturada. A análise qualitativa dos dados ocorreu por categorização do conteúdo das entrevistas. Os resultados mostraram: predominou entre os participantes a concepção biológica da deficiência intelectual, com alguns apresentando compreensão próxima à concepção histórico-cultural; consideraram a formação continuada importante para o aprimoramento do trabalho, mas apontaram a necessidade de formação contínua de melhor qualidade; condições insuficientes de trabalho e falta de articulação entre os segmentos da rede de apoio foram apontadas como fatores que impactam negativamente o trabalho da escola, bem como o atendimento aos alunos com deficiência intelectual. Sobre a percepção acerca do processo de aprendizagem e desenvolvimento desse sujeito, identificou-se que poucos professores compreendem a aprendizagem a partir das potencialidades de desenvolvimento, com uma compreensão próxima ao conceito vigotskiano da zona de desenvolvimento proximal. A maioria apresentou poucas expectativas com relação à aprendizagem desses alunos. Além disso, nota-se preponderância da concepção orgânica da deficiência intelectual, sobrepondo a aprendizagem por repetição às possibilidades de desenvolvimento. Os resultados da pesquisa demonstram que a perspectiva de ensino, aprendizagem e desenvolvimento para o aluno com deficiência intelectual precisa avançar, a começar pela compreensão em torno da educação especial, para a elaboração e a implementação de uma nova política de inclusão com melhores condições, recursos e conhecimentos adequados dos professores.