Congregação Israelita da Nova Aliança: vivendo a Teshuvah.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Waldir Cardoso da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Ciências da Religião
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/894
Resumo: Esta pesquisa se propôs a investigar a experiência religiosa que tem sido designada Teshuvah ( retorno às raízes judaicas). Procurou-se compreender, especialmente, como este processo conduziu uma comunidade, que a princípio apresentava perspectiva predominantemente cristã, a migrar-se para uma perspectiva predominantemente judaica. A experiência investigada iniciou-se em Curitiba, no ano de 2004, no seio de uma instituição religiosa com crenças e doutrinas análogas às cristãs, a Igreja de Deus (7º Dia). Por consequência de tal experiência este grupo passou a se aproximar do sistema simbólico judaico e a se identificar cada vez mais com o judaísmo, o que levou à mudança de sua denominação para Congregação Israelita da Nova Aliança (CINA). A partir dos conceitos de religião, como sistema de símbolos, de Clifford Geertz; e de identidade, como uma construção flexível, inacabada e processual, de Stuart Hall, o presente trabalho buscou entender as implicações da Teshuvah, tais como o processo de redefinição da identidade da comunidade que a vivencia e os seus impactos no cotidiano daqueles membros que testemunham ter assumido os amplos compromissos exigidos nesta experiência. Acionando o conceito de legitimação como suporte ideológico para as construções sociais, de Peter Berger, este estudo também visou investigar os mecanismos que têm sido ativados para legitimar a nova identidade, pretensamente judaica, construída pelos membros da CINA a partir da Teshuvah. Neste processo em curso os meios tecnológicos são habilmente utilizados por esta expressão religiosa, tanto no empreendimento de assimilação da tradição judaica quanto na divulgação e expansão da Teshuvah. Utiliza-se o número cada vez maior de artefatos para levar a mensagem da Teshuvah através de sites, rádio, TV, blogs na rede mundial de computadores, que são acessados por internautas de vários lugares do mundo. Além das observações em local de culto, da apreciação de depoimentos de membros, a metodologia deste trabalho consistiu na leitura crítica dos discursos orais e escritos que têm sido divulgados nos espaços midiáticos citados. Estes conteúdos foram fontes essenciais para o estudo, já que registram e contribuem na tarefa de elucidar a experiência da Teshuvah e disponibilizam informações importantes relativas à doutrina, à história e à identidade desta expressão religiosa. Constatou-se como consequência do processo de Teshuvah que a Congregação Israelita da Nova Aliança distanciou-se das expressões religiosas cristãs, por identificar-se como judeus, empenhar-se em cumprir a Torah e buscar viver a tradição judaica. No entanto, por mais próximos que estejam da tradição judaica, os judeus da Nova Aliança não admitem renunciar a crença em Jesus como o messias. É justamente esta crença em Jesus, como salvador do povo judeu, a condição que mais distingue e separa a CINA dos grupos judaicos tradicionais. Assim, o processo de Teshuvah termina por situar os judeus da Nova Aliança em uma fronteira cultural entre o judaísmo e o cristianismo, em um lugar da alteridade, e acaba atraindo reações hostis, de ambos os lados da fronteira, à sua religiosidade e ao seu modo de vida.