O Assédio Moral em uma Organização Pública: Uma leitura da Clínica Psicodinâmica do Trabalho.
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas BR PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/1771 |
Resumo: | O trabalho dos profissionais de saúde da Instituição pública municipal da capital tem sido marcado por um contexto de descentralização e ajuste na busca de cooperação entre pares, porém de intensificação, descontentamento, conflitos sócio-profissionais nos últimos anos. A forma de gestão e o poder têm falhas que acabam invadindo a subjetividade do trabalhador, trazendo implicações que desfavorecem tanto o trabalhador quanto a organização no que tange à eficiência e produtividade. Este contexto desenvolveu novas formas de organização do trabalho, influenciando suas relações sócioprofissionais e suas vivências de prazer e sofrimento. Essa tese teve como objetivo investigar e analisar o assédio moral num grupo de trabalhadores de uma Instituição Pública Municipal partindo da abordagem da clínica e psicodinâmica do trabalho. Para tanto, buscou diagnosticar e analisar a existência de processos relacionados ao assédio moral e suas causas, especificamente na região do distrito noroeste de um cidade no centro-oeste do país, verificou perfis de prováveis assediadores e assediados relacionando a real fundamentação do objeto, junto às características da organização, as vivências de prazer e sofrimento do trabalhador, o uso da mobilização subjetiva, e sua demais estratégias defensivas utilizadas pelo indivíduo ou grupo em relação ao sofrimento gerado pelos constrangimentos no trabalho e da manifestação do assédio moral. E por fim, buscou utilizar a clínica da psicodinâmica do trabalho através do espaço de discussão coletivo. Foram desenvolvidos alguns passos para alcançar esse objetivo. O primeiro baseouse em uma análise documental, a qual, verificou a possibilidade em analisar os indicadores de sofrimento em relação ao assédio moral no departamento específico de recursos humanos da organização. Esse primeiro passo também envolveu a disposição de ajudar, através de documentos com indicação de sofrimento. No segundo passo, foi apresentado em forma de palestras, apresentando conceitos, características e perfis do assediador e assediado, Cerca de 300 pessoas estavam presentes. Seguiu-se a fase de convidar os participantes da pesquisa, via telefone, e-mail, aos que responderam às questões aleatórias escritas e disponíveis nas palestras sobre quem teria vivido, ou quem ainda vive ou vivenciou o assédio moral no trabalho. E finalmente foi feita a discussão coletiva com questões norteadoras com os dois grupos pesquisados, os agentes e seus supervisores. As questões foram divididas nas subcategorias, assédio moral, organização do trabalho e a mobilização subjetiva. Os encontros tiveram a o mesmo desenvolvimento diante da metodologia, considerando a clínica psicodinâmica do trabalho. Os resultados das análises indicam a presença de assédio moral, sobressaindo o primeiro grupo de profissionais, com a existência de sujeitos com perfis de assediadores que causavam sofrimento a determinados participantes. No segundo grupo, identificou-se assédio moral de alguns profissionais para com os supervisores como meio justificável, o favorecimento político de alguns agentes. No que se concerne à organização do trabalho, considerando as vivências de prazer e sofrimento remeteu-se as correlações da forma de gestão e dos critérios de hierarquia, aos conflitos nas relações sócio profissionais dessas hierarquias ou de pares, à sobrecarga, à falta de reconhecimento dos dois grupos, porém enfatizando a subjetividade. Enfim, estudou-se os agentes e seus supervisores numa determinada região demográfica. O que se estabelece é que o resultado da comparação e realização desse insight não se resulta em apenas mudanças na linguagem e na forma de gestão, mas, em características próprias do trabalhador, tanto como agente, como supervisor. |