O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO EM GOIÁS E O CONCEITO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL: REPERCUSSÕES NA QUALIDADE DO ENSINO
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Pedagogia Brasil PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3813 |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi o de analisar as repercussões do Programa Mais Educação, enquanto proposta indutora de Educação Integral, na melhoria da qualidade do Ensino Fundamental. Tendo por base as orientações oficiais desse Programa referentes à sua inserção nas políticas redistributivas de combate à pobreza visando à formulação de estratégias socioeducativas para a melhoria da qualidade do ensino (BRASIL, 2009b, c, d), buscou-se investigar, por uma parte, os critérios de qualidade de ensino e o significado Educação Integral expresso nos documentos e, por outra, as repercussões concretas das ações socioeducativas na qualidade do ensino. Para isso, foi planejada a realização de pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. Inicialmente, foram analisados os documentos que compunham os cadernos da coleção trilogia do Programa Mais Educação, elaborados com o propósito de contribuir para a sua conceituação, operacionalização e implementação (BRASIL, 2009b, c, d). Em seguida, foram feitas observações assistemáticas e realizadas entrevistas com dirigentes escolares, professores, pais e alunos em duas escolas públicas do Estado de Goiás que aderiram ao Programa de 2008 a 2014, visando verificar no currículo a articulação entre atividades socioeducativas e as disciplinas do currículo formal do Ensino Fundamental, indicada nos documentos orientadores do Programa como propiciadora da qualidade do ensino. Os dados coletados foram analisados conforme o aporte metodológico do materialismo histórico dialético e da Teoria Histórico-Cultural e de contribuições de autores que adotam perspectivas críticas de análise da educação escolar, tais como: Cavaliere (2002, 2006, 2010), Charlot (2013), Coelho (2009, 2014), Freitas (2004, 2007, 2011, 2014), Hedegaard e Chaiklin (2005), Libâneo (2012a, 2012b, 2014a, 2014b), Paro (1988, 2009, 2011), Sacristán (2001), Saviani (2014), Torres (2003), Young (2007, 2011), Wood (1999), entre outros. Os resultados apontam que o currículo anunciado na proposta não foi objeto de planejamento pedagógico nas escolas nem houve evidências de sua implantação na prática escolar, comprometendo a articulação entre as atividades socioeducativas e o currículo formal. Na realidade, o currículo efetivamente adotado foi o currículo de resultados e o que se viu foi o paralelismo entre dois tipos de atividades: um constituído pelas disciplinas curriculares formais conforme o currículo instrumental envolvendo todos os alunos e outro baseado em atividades socioculturais, de caráter facultativo, voltadas para os alunos com maior dificuldade nas disciplinas Português e Matemática. O currículo anunciado não só não se efetivou na prática escolar com os princípios da Educação Integral como foi inteiramente anulado pela adoção do currículo utilitarista/instrumental, incompatível com uma visão de Educação Integral. Dessa forma, pode-se concluir que houve perda da qualidade de ensino que teria por base a formação humana por meio da formação cultural e científica e do desenvolvimento dos processos psíquicos superiores dos alunos e a não efetivação da proposta de indução da Educação Integral, ao contrário dos objetivos proclamados nos documentos do Programa. |