Formação continuada de professores e a teoria histórico-cultural: diálogos (trans)formadores sustentados por mediações teóricas e reflexões sobre práticas pedagógicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Brazier, Fabio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15279
Resumo: O presente trabalho é resultado de uma pesquisa sobre formação continuada de professores à luz da Teoria Histórico-Cultural, tomando a formação do pensamento conceitual e a constituição social da memória como pontos de partida e elementos centrais da abordagem adotada. A investigação de caráter (co)participativo foi realizada em uma escola pública da rede estadual de Minas Gerais situada na cidade de Machado-MG, com a participação de doze professores atuantes nos anos iniciais do ensino fundamental. Teve como objetivo principal compreender a partir de um processo de intervenção didático-formativo, à luz da Teoria Histórico-Cultural, possíveis modos de (re)elaboração teórico/conceitual e transformações nas práticas pedagógicas de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como nos modos de envolvimento com sua própria formação continuada, colocando em evidência questões que envolvem a relação teoria e prática e a formação do pensamento conceitual. Partimos, portanto, da hipótese de que os professores, ao serem inseridos em um processo (co)participativo, tendem a ter sua atuação mais efetiva na própria formação. Ao sistematizar um trabalho a partir do pensamento teórico/conceitual, sobretudo quanto aos aportes da memória mediada, os professores desenvolvem sua capacidade de pensar no poder dos signos (sistemas externos) como elementos reorganizadores do processo mental. Portanto, a formação continuada é assumida como uma atividade que exige reflexão, intencionalidade e fundamentação teórica. O problema desta pesquisa se apresentou da seguinte forma: Quais os impactos pedagógicos de uma formação continuada subsidiada nos aportes teóricos da Teoria Histórico-Cultural? Quais foram e como se deram as mudanças experimentadas pelos professores que participaram do processo de intervenção didático-formativo proposto pelo pesquisador de modo a elevar e potencializar os recursos e as práticas pedagógicas? Como podemos impactar o trabalho pedagógico docente numa perspectiva humanizadora? Para responder aos questionamentos, a produção do material empírico aconteceu entre os meses de março de 2018 a junho de 2019, com a realização de doze encontros formativos, de aproximadamente 2 horas. Cada encontro gerou um material específico utilizado na análise da pesquisa. Além dos encontros, sob inspiração na Clínica da Atividade aconteceram três sessões de autoconfrontação simples, seguidas de seis sessões de observação nas turmas dos profissionais participantes. O material empírico produzido foi analisado segundo procedimentos teórico-metodológicos da perspectiva histórico-cultural, adotando-se a análise microgenética para investigar os discursos e as evidências que nos permitissem responder às questões postas. Desse modo, foram focadas as seguintes concepções e suas concretizações nas práticas observadas: As necessidades formativas; A formação e o processo de transformação docente. Os resultados indicaram que i) uma formação continuada, que coloca o professor como sujeito de suas ações tende a favorecer processos de reflexão e transformação nos modos de pensar e agir dos docentes; ii) a Teoria Histórico-Cultural fornece bases para impactar o trabalho docente, afetando qualitativamente as práticas em direção a uma educação desenvolvente. Tais resultados foram evidenciados nas concepções dos professores participantes acerca dos papéis da escola, do professor, da prática de caráter intencional e conduziram mudanças nas práticas pedagógicas em relação à organização do espaço e do material. A análise desenvolvida e os resultados encontrados nos permitiram fundamentar a tese de que, um processo formativo, de caráter intencional e (co)participativo, amparado teoricamente na Teoria Histórico-Cultural, fornece subsídios potentes e peculiares para impactar o trabalho docente, de modo a afetar qualitativamente as práticas pedagógicas e promover o desenvolvimento humano e profissional.