Detalhes bibliográficos
| Ano de defesa: |
2024 |
| Autor(a) principal: |
Rocha, Mônica de Oliveira |
| Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
| Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
| Tipo de documento: |
Tese
|
| Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
| Idioma: |
por |
| Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
|
| Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
| Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
| País: |
Não Informado pela instituição
|
| Palavras-chave em Português: |
|
| Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17246
|
Resumo: |
A complexidade e incerteza do contexto laboral do século XXI requer que os trabalhos sejam realizados de forma colaborativa. Na área da saúde novas tecnologias e práticas de cuidado envolvem interações recíprocas de equipes multidisciplinares. Profissionais de diferentes especialidades precisam interagir e integrar seus esforços e conhecimentos para promover segurança e melhoria de qualidade no cuidado assistencial. Com a evolução do conhecimento, do nível de especialização técnica e da abrangência de utilização de novas tecnologias, a articulação de diferentes saberes torna se uma realidade num ambiente hospitalar. Esta dinâmica requer dos profissionais maior interdependência, criatividade, flexibilidade, capacidade para aprender em tempo real e de trabalhar em equipe. No entanto, ameaças interpessoais explícitas ou sutis inerentes ao trabalho em equipe podem se tornar um desafio, tornando a segurança psicológica um recurso essencial no trabalho. Para que as pessoas se sintam à vontade para se expressar, apresentar ideias, realizar perguntas ou identificar erros, sem medo de ridicularização ou punição, líderes devem trabalhar para criar um clima de segurança psicológica. Ela é um recurso valioso, especialmente em contextos de trabalho complexos, como o de um Hospital, onde o falar e fornecer feedback são essenciais para reduzir erros, melhorar a segurança e qualidade de atendimento ao paciente. Usualmente a cultura organizacional num contexto hospitalar é considerada hierárquica e insegura para os profissionais falarem e discutirem erros, eventos adversos ou comportamentos profissionais. Embora as pesquisas sobre o segurança psicológica venham apontando a liderança como uma forte influência nos desfechos de segurança psicológica, há uma lacuna no cenário nacional destes estudos. Os aspectos inovadores estão relacionados às interlocuções propostas entre as variáveis de liderança engajadora, segurança psicológica e desfechos motivacionais de comprometimento e engajamento. Enfatiza ainda a utilização de método misto, como resposta às recomendações realizadas por revisões sistemáticas de literatura sobre segurança psicológica, bem como em resposta às necessidades práticas identificadas no contexto estudado quanto aos vínculos de comprometimento e engajamento no trabalho. Desta forma, a presente tese apresenta uma proposta inovadora ao propor a articulação entre três estudos interligados com o objetivo de compreender o papel motivador da segurança psicológica em trabalhadores da saúde de um Hospital SUS. O primeiro estudo caracterizou-se por uma revisão de literatura do tipo scoping review, baseado no protocolo do Joanna Briggs Institute, que buscou mapear a literatura sobre o impacto da liderança na segurança psicológica em organizações. Foram analisados 17 estudos que demostraram que a liderança é um fator significativo de influência para a segurança psicológica das equipes, mediando ou moderando fenômenos como compartilhamento de conhecimento, aprendizagem e inovação. Na sequência, realizou-se um estudo empírico quantitativo com o objetivo investigar a relação liderança engajadora, segurança psicológica e os vínculos de comprometimento e engajamento no trabalho de 203 profissionais das categorias assistenciais, de apoio e liderança de um Hospital SUS no estado de São Paulo. Os resultados demonstraram que a liderança engajadora é preditora significativa e positiva de comprometimento, engajamento no trabalho e segurança psicológica. A segurança psicológica explicou significativamente e positivamente comprometimento e engajamento. Além disto, liderança engajadora prediz comprometimento e engajamento quando há uma maior percepção de segurança psicológica. E por fim, o terceiro estudo buscou compreender os elementos estruturais da vivência de segurança psicológica de 12 profissionais, representantes das categorias assistenciais, de apoio e de liderança do hospital. Foi realizada uma pesquisa qualitativa e fenomenológica, com recurso de Narrativas Compreensivas. Os resultados indicaram que a segurança psicológica se manifesta quando há respeito, confiança e apoio entre os membros da equipe, manifestando-se de forma mais significativa na dimensão grupal. A liderança, associada a uma cultura organizacional aberta, ética e flexível, mostra-se fundamental para criação e sustentação do clima que o ambiente de trabalho vai adquirir em termos de segurança ou insegurança. Vale ressaltar que a percepção de segurança psicológica varia de acordo com os recursos pessoais e vivências passadas dos indivíduos, promovendo experiências positivas de segurança assistencial para o paciente e desfechos motivacionais positivos de comprometimento e engajamento dos profissionais. Tomados em conjunto, os resultados da tese indicaram que a liderança engajadora é um recurso fundamental para a promoção da segurança psicológica e vínculos de engajamento no trabalho e comprometimento com a organização. Facilitadores e barreiras para promoção da segurança psicológica foram identificados e discutidos à luz do modelo J-DR e de segurança psicológica. As principais contribuições teóricas desta tese referem-se aos critérios metodológicos e extensão do construto segurança psicológica como recurso no modelo JD-R em contexto nacional. Como benefício prático contribuiu com recomendações institucionais para promoção de segurança psicológica no contexto estudado. |
