Paisagem mogiana: transitoriedades e resistências na configuração de um território

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Polito, Jéssica de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16105
Resumo: Esta tese se apoia na leitura da paisagem como estrutura de análise, e retoma a discussão sobre o processo de urbanização brasileiro, buscando demonstrar que na dinâmica existente entre o território administrativo e o território das vivências existiram momentos de intersecções demarcados pela própria rede urbana. Se por um lado a vivencias, os vínculos e os laços afetivos entre indivíduos e a terra fomentaram a consolidação de estruturas de organização pertinentes ao meio no qual estava inserido, por outro, o processo de fundação de novas vilas e freguesias correspondeu à logica dos domínios territoriais administrativos que avançava sobre o sertão. Entre estas duas lógicas de compreensão territorial verificava-se a imprecisão entre seus contornos, aproximações e distanciamento que dinamizaram a Paisagem Mogiana. Dela participaram fragmentos de uma rede de caminhos e bairros dispersos preexistentes, por onde circulavam diferentes entes e influências diluídas. Esta paisagem culturalmente multifacetada fomentou o forjar de uma noção de urbano compatível ao modus operandi existente no sertão. Como camadas sobrepostas, verificam-se momentos de intersecções e distanciamentos marcados pelos encontros, conflitos, diálogos, resistências e ressignificações da própria paisagem e da rede. A não compatibilização imediata com um modelo urbanizador externo converte este processo em algo peculiar, condizente com a cultura local e distanciado do conceito de belle époque. Esta urbanidade regionalista guardava consigo traços culturais rústicos, que justificavam a sua espacialidade e a forma de organização da sociedade em torno de comunidades, onde a produção e a genealogia os definiam enquanto grupo. Neste cenário, os núcleos urbanos se mostravam como locais da representatividade política, interligando a região à capital paulista, ao passo que a convertia em metrópole. A paisagem cultural que ao mesmo tempo era fragmentada administrativamente entre território paulista e território mineiro se manteve assim até finais do século XIX, sendo o processo de industrialização iniciado no século XX um marco na definição das fronteiras.