A noção de manejo na obra de D. W. Winnicott

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Cesarino, Marília Marchese
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15651
Resumo: Este trabalho busca sistematizar a utilização e o desenvolvimento da noção de manejo na obra de Winnicott. Em diálogo com a psicanálise tradicional, particularmente com a obra de Freud, procura mostrar algumas diferenças teóricas significativas introduzidas por Winnicott à psicanálise, que fundamentaram modificações ao método de tratamento baseado na interpretação do inconsciente reprimido. De modo geral, podese afirmar que, da consideração, realizada por Winnicott, das funções e do papel do ambiente no desenvolvimento emocional, resultou, gradativamente, o estabelecimento de uma clínica fundada em ações analíticas de provisão ambiental, o sentido mais geral da noção de manejo que pode ser retirado de sua obra. Nesse contexto, são analisadas as bases da teoria winnicottiana da comunicação, que tem como modelo fundamental a relação mãe-bebê, para mostrar que, do ponto de vista do tratamento, ela permitiu reconhecer e intervir sobre situações clínicas cujo material apresentado é pré-verbal, pré-mental e pré-simbólico, propondo alterações de grande porte ao quadro do método de tratamento psicanalítico tradicional. Neste caminho, aborda-se a distinção heurística entre o manejo e a interpretação, distinguindo a análise padrão da análise modificada e mostrando que as reformulações teóricas e clínicas propostas por Winnicott incidem não somente sobre a análise modificada, mas também levam a uma redescrição do tratamento analítico padrão e do próprio procedimento interpretativo. Com isso, explicita-se a aplicação da noção de manejo e suas especificidades em termos da nosografia winnicottiana, como também sua aplicação em termos das distintas modalidades de atendimento praticadas por Winnicott, tanto no que se refere à análise modificada no setting tradicional, quanto a outras práticas clínicas que, embora não sejam psicanálises ou psicoterapias propriamente ditas, estão rigorosamente embasadas em sua teoria psicanalítica. Por fim, são aventadas possibilidades de utilização e de aplicação da noção de manejo em termos de práticas não psicoterápicas.