Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Gasparini, Eliane Verginia Rovigatti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15644
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Resumo: |
Este estudo relata as vivências emocionais de casais que apresentavam dificuldades para engravidar e que decidiram buscar ajuda na medicina reprodutiva. Os objetivos foram: investigar e analisar as principais reações emocionais desencadeadas no casal ao longo do tratamento para a infertilidade; estudar a repercussão do tratamento reprodutivo no vínculo do casal, bem como do casal com a equipe médica e do casal com a psicóloga; compreender as representações psíquicas em torno do desejo de ter filhos quando associadas a um tratamento reprodutivo, e descrever as impressões e vivências emocionais da psicóloga com relação aos casais estudados. Foram estudados seis casais, com diferentes diagnósticos médicos para infertilidade, e que buscaram auxílio na medicina reprodutiva. Utilizou-se o método psicanalítico aplicado ao grupo casal - grupo especial, conforme Käes (1977) e Anzieu (1993), assim como a técnica da entrevista livre não-diretiva de Bleger (1993), e a técnica projetiva do desenho livre. Para a análise do material coletado foi adotada a técnica de análise do conteúdo proposta por Mathieu (1967) e Käes (1977), e para interpretar as experiências subjetivas dos casais utilizaram-se as teorias da psicanálise e grupanálise. A partir da análise das entrevistas e desenhos, alguns elementos foram identificados na mentalidade do grupo casal, entre eles a hipercatexização do desejo de ter filhos. A dificuldade em atender a este desejo desencadeou um movimento regressivo e reações defensivas. A tentativa de preservar fantasias onipotentes dificultou o processo de tolerância à frustração e à capacidade de espera, ou reformulação dos projetos do casal. Angústias de caráter persecutório foram desencadeadas, principalmente naqueles cônjuges cujos aspectos da personalidade encontravam-se mais comprometidos. O diagnóstico da infertilidade, assim como os diversos tratamentos provocaram uma desestruturação no vínculo conjugal. Observamos a perda da intimidade conjugal, a diminuição do desejo sexual após os sucessivos tratamentos que desvinculam as relações sexuais do ato reprodutivo. O desejo de transmitir a herança genética e a valorização do filho biológico ainda fazem parte das representações psíquicas do casal. O filho biológico, do próprio sangue , é o filho sonhado, idealizado. O vínculo satisfatório que o casal estabelece com a equipe médica interferiu na sensação de segurança e esperança que os casais depositam no êxito do tratamento. A maioria dos casais conseguiu estabelecer um vínculo satisfatório com a psicóloga utilizando o espaço da entrevista como forma de expressão livre das suas experiências emocionais. A experiência com os casais inférteis possibilitou por um lado sensibilizá-los aos fenômenos emocionais diante da situação da infertilidade, e por outro, pensar em meios apropriados para resolver alguns dos problemas que surgem diante desta problemática. O dispositivo técnico que institui a interpretação para o trabalho psicanalítico com os casais sobretudo aqueles inseridos na instituição garantiu boas condições de pesquisa e análise, já que possibilitou a interpretação necessária entre as relações dos membros do casal, entre o casal e a instituição, e do casal com a psicóloga. Um trabalho desta natureza, de análise intertransferencial, baseia-se na concepção de que é possível compreender a intensidade das representações psíquicas do grupo casal. Recomendamos a criação de novos espaços onde os casais inférteis possam continuar a discutir livremente sobre seus desejos, suas dificuldades, fantasias e esperanças, facilitando a compreensão das experiências advindas com a infertilidade. |