O processo formativo do Programa Ler e Escrever: uma análise da rede de formações proposta pelo Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Almeida, Camila dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15482
Resumo: Esta pesquisa investigou o processo de formação proposto pelo Programa Ler e Escrever do estado de São Paulo, com foco na figura do Professor Coordenador como formador. O programa é uma política da Secretaria de Educação de São Paulo para os anos iniciais do Ensino Fundamental (1° ao 5° ano), que foi implantado em 2006 no município de São Paulo e em 2008 na rede estadual. Abrange diferentes frentes de atuação: formação de professores, acompanhamento do trabalho realizado, elaboração e distribuição de materiais didáticos e paradidáticos. O Programa tem como proposta de formação de professores um processo em rede, envolvendo diversos âmbitos: a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP), as Diretorias de Ensino de cada região (DE) e as escolas estaduais e municipais que aderiram ao Programa Ler e Escrever. Na CENP formam-se os Professores Coordenadores de Núcleo Pedagógico (PCNP), que irão multiplicar tal formação nas diferentes Diretorias de Ensino. A formação no âmbito das DE envolve os PCNP e os profissionais de diferentes escolas, chamados de Professores Coordenadores. A formação no âmbito da escola é realizada pelos professores coordenadores juntos aos seus docentes (professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental). Para a construção do material empírico, em uma abordagem qualitativa, foram realizadas momentos de observação do processo de formação em dois âmbitos: (i) em uma DE, no momento de formação de PCNP (ii) em uma escola, onde o Professor Coordenador se reúne com os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Foi realizada também, entrevista semiestruturada com a PC da escola selecionada, análise documental das Resoluções que instituíram o Programa Ler e Escrever, bem como distribuídos questionários para os professores da escola participante, buscando compreender como se efetiva esse processo de formação em rede: CENP-Diretoria de Ensino-Escola. Discutimos o papel do Coordenador Pedagógico como formador no interior da escola, bem como, a partir dos resultados, buscamos contribuir para as discussões no âmbito das políticas de formação de professores em serviço. Os resultados apontaram que o Professor Coordenador tem sua função ainda em construção e sua atuação como formador de professores é um processo intenso de convencimento dos professores a práticas desejadas pelo estado. O Professor Coordenador tem sua função ainda bastante ligada ao apoio à Direção, ao mesmo tempo em que é visto como um salvador da escola no discurso político. O discurso responsabilizador do Professor Coordenador decorre de uma política de qualidade de ensino que, pelas análises realizadas, relacionam-se com o aumento de índices nas avaliações em larga escala. Os resultados evidenciaram ainda um processo formativo voltado para a prática pedagógica, secundarizando a discussão teórica, em um modelo engessado que tende a se reproduzir em cada âmbito. Salientamos a importância das políticas de formação continuada de professores, mas alertamos para o risco de conceber o professor como um aplicador de práticas.