Critérios de progresso em psicoterapias de crianças na avaliação de psicoterapeutas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Guimarães, Lilian Pereira de Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15713
Resumo: Apesar de largamente praticadas, as psicoterapias de crianças contam com um volume bastante reduzido de pesquisas empíricas para a avaliação de sua eficiência. Os estudos disponíveis abarcam uma variedade de temas entre os quais incluem: aspectos do vínculo terapêutico, planejamento da psicoterapia, critérios de indicação, papel dos pais, concepção e aplicabilidade da psicoterapia, instrumentos de avaliação infantil, terapias alternativas, entre outros. Quanto às pesquisas de processos terapêuticos são ainda mais raras e restritas a alguns estudos de casos, nem sempre sistematizados. Este trabalho procurou fazer um levantamento junto a psicoterapeutas de crianças brasileiros, de várias abordagens teóricas, sobre os critérios que consideram relevantes para aferir progresso, tanto dentro da sessão como no ambiente externo segundo o relato da família ou da escola. Os terapeutas foram contatados via e-mail ou tiveram acesso à pesquisa no site de seus respectivos conselhos regionais de psicologia e responderam a um questionário com itens compostos por critérios de mudança positiva, presentes na literatura. A amostra foi composta por 154 terapeutas que fazem atendimento psicoterápico de crianças, destes 89 % são do sexo feminino, com maior concentração de psicoterapeutas na região sudeste e sul (42% e 39%) e com uma média de 11 anos de experiência em psicoterapia infantil. Quanto à abordagem teórica, a maioria era de psicanalistas (50%), seguidos de psicodinâmicos (27%), Comportamental-cognitivistas (19%), Humanista (12%) e 5,% de outras abordagens (análise transacional, junguiana, psicodrama e sistêmica). Os critérios de mudança nas sessões, considerados muito relevantes pela maior parte da amostra foram: 3- Demonstra, por meio de jogos e brincadeiras, seus conflitos (78%); 5- Dá demonstrações de confiança no terapeuta (74%); 2- Fala sobre seus medos (67%); 10- Estabelece uma comunicação afetiva com o terapeuta (67%). Em situações externas às sessões (conforme relato dos pais/ou escola), foram considerados critérios muito relevantes pela maioria da amostra: 1- Apresenta melhora nos relacionamentos com familiares (pais, irmãos, avós) (85%); 3 - Apresenta melhora nos relacionamentos com colegas de classe e professores (78%); Demonstra interesse em novas atividades (ex. jogos, esportes, música, dentre outros) (62% ); 11- Admite seus erros (60%).A Análise de Correspondências Múltiplas (ACM), envolvendo os critérios de mudança na sessão de psicoterapias de criança e a abordagem teórica do participante, sugeriu que, apesar das diferenças teóricas as abordagens valorizam na sessão: a expressão lúdica, a autonomia, a tolerância à frustação sempre em um clima de confiança que é estabelecida através de uma comunicação afetiva com o terapeuta. E fora da sessão de acordo com relato dos pais ou da escola os itens considerados de maior relevância foram aqueles que contemplaram uma melhor expressão da criança, conseguindo se interessar por outras atividades e uma melhora no relacionamento com as pessoas de seu convívio e principalmente com sua família. Estes critérios comuns nos remetem à abordagem integrativa em psicoterapia, principalmente a vertente dos fatores comuns. Isto é, apesar das diferenças entre as abordagens teóricas, os psicoterapeutas parecem se apoiar em critérios semelhantes para interpretarem a mudança em psicoterapias infantis.