Abuso sexual doméstico: desproteção e configurações da grupalidade familiar

• Ano de defesa: 2004
• Autor(a) principal: Oliveira, Edson Alves de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: PUC-Campinas
• Palavras-chave em Português: incesto; vítimas de incesto; psicologia forense; crianças sexualmente molestadas; violência familiar; incest; incest s victims; forensic psychological; familial violence; sexually offended children
• Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15785

Buscando apontar o papel da desproteção nas ocorrências de abuso sexual doméstico, procedeu-se à análise descritiva de tais ocorrências em laudos de estudos psicológicos. Os laudos foram produzidos por psicólogos judiciários, membros da equipe técnica de psicologia judiciária de uma das circunscrições do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. No decorrer de análise descritiva identificou-se 34 vítimas e elegeu-se 16 classes de informações, a partir das quais foi possível agrupar as vitimizações segundo o período de duração. Obtendo-se 9 vitimizações de episódio único; 9 de período curto e 16 de período prolongado. Comprovou-se que o prolongamento do abuso é um indicador seguro da ocorrência da conivência materna, entretanto, não se pôde afirmar que esta seja imprescindível para que o abuso se prolongue. Pode-se comprovar que a conivência materna acontece correlacionada a interesses e preocupações da mãe com a preservação da família e com o sustento dos filhos, entretanto, sua compreensão não pode prescindir do reconhecimento da indignificação coletiva da mulher separada e com filhos. Identificou-se três configurações da grupalidade familiar correlacionadas às ocorrências de abuso sexual doméstico, sendo comum relações de complementariedade entre elas. Aponta-se a dignificação da mulher separada e com filhos como uma intervenção psicossocial capaz de estimular a revelação e de prevenir as ocorrências de abuso sexual doméstico.