Insuficiência renal crônica na pré-adolescência e adolescência: experiências de pacientes, mães e médicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Bruna Braga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16054
Resumo: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) decorre de uma lesão renal, com perda progressiva e irreversível da função dos rins, constituindo-se um problema de saúde pública global, apesar da baixa taxa de mortalidade e morbidade, pois tem implicações sociais e econômicas e impacto negativo na qualidade de vida do paciente e sua família. Os tratamentos dialíticos exigem alterações na rotina familiar, gerando estresse, além de afetar o desenvolvimento físico e emocional dos pacientes. Nesse contexto, a compreensão da doença e seu tratamento e a comunicação médico-paciente são variáveis importantes para a adesão ao tratamento. O objetivo deste estudo foi analisar as percepções de pré-adolescentes e adolescentes em tratamento dialítico, seus cuidadores e médicos sobre a ICR, seu tratamento e a comunicação médico-paciente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de tipo exploratório-descritiva, diferenciando-se por abordar os principais participantes do processo de tratamento – o paciente, seu cuidador e o profissional de saúde. Foram descritos e analisados quatro casos de pacientes, com idade de 9 a 14 anos, sendo três do sexo feminino, em tratamento dialítico em um hospital universitário, incluindo suas mães e quatro médicos nefrologistas, três deles do sexo feminino. Foram aplicados individualmente, pela pesquisadora, com formação em Psicologia, um questionário sociodemográfico, para a compreensão do contexto social dos participantes, e realizadas entrevistas semiestruturadas, gravadas em áudio, com todos participantes. Os relatos dos participantes foram transcritos na íntegra e categorizados, por meio da análise de conteúdo, em três grupos temáticos: (a) O adolescente, sua doença e tratamento, (b) Os cuidadores de pacientes pediátricos; (c) O médico e o tratamento da nefropatia. Os relatos dos médicos foram, também, processados pelo software IRAMUTEQ. Este gerou a nuvem de palavras e o grafo da análise de similitude. Aplicou-se o Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ). Os pacientes estavam em tratamento, em média, a 15 meses, sendo cuidados pelas mães, que tinham de idade entre 34 e 48 anos. Os médicos tinham de 38 a 56 anos de idade e atuavam na área há 18,5 anos, em média (variação de 8-30 anos). Os pacientes apresentaram conhecimento sobre sua doença e o tratamento, as vantagens e desvantagens do tratamento e as principais dúvidas direcionadas à equipe de saúde. As mães relataram a experiência de serem cuidadoras de pacientes com insuficiência renal crônica, suas principais mudanças na rotina familiar e a disponibilidade da equipe de saúde no atendimento as suas necessidades e de seus filhos. Os médicos destacaram a importância da adequação da linguagem à idade do paciente, além da comunicação com a família e o paciente para amenizar o impacto da notícia do diagnóstico e auxiliar na compreensão do tratamento. A tríade médico-paciente-cuidador se mostrou essencial no atendimento de crianças e adolescentes e elemento essencial para mudanças de comportamento, adesão ao tratamento e a diminuição de estressores com os quais cuidadores e pacientes não conseguem lidar em função de falta de informação e suposições.