Dogma e liberdades individuais na teologia de Joseph Ratzinger/Bento XVI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferreira, Rafael Beck
Orientador(a): Mariani, Ceci Maria Costa Baptista
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16817
Resumo: O Concílio Vaticano II propôs uma postura renovada da Igreja perante a modernidade, pautada pelo diálogo, pela abertura, pela esperança e pela reconciliação. O objetivo desta pesquisa é compreender essa relação entre Igreja e modernidade a partir do pensamento de Joseph Ratzinger/ Bento XVI, a partir do tema da relação entre o dogma católico e as liberdades individuais. Mediante uma análise hermenêutica do conceito de dogma e do vasto material produzido por Ratzinger/Bento XVI ao longo de sua trajetória como teólogo proeminente, como cardeal prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e como pontífice – que abarca livros, artigos, documentos, entrevistas, debates. A pesquisa privilegia a chamada “hermenêutica da continuidade”, expressão cunhada por Ratzinger/Bento XVI para explicar a forma adequada de interpretação dos textos e eventos conciliares, que se tornou uma chave de leitura importante para a compreensão do dogma católico. A dissertação se estrutura em três capítulos. O primeiro capítulo demonstra o estatuto e a relevância do dogma no estudo das Ciências da Religião, ou seja, que o dogma é momento constitutivo do fenômeno religioso em suas manifestações ao longo da história. Além disso, o capítulo aprofunda a compreensão em torno do dogma católico, revisitando sua definição clássica a partir do Magistério da Igreja, refletindo sobre seu desenvolvimento. Por fim, apresenta a necessidade da hermenêutica para a compreensão e interpretação do dogma pela teologia católica contemporânea, na missão de articular o auditus fidei com o intelectus fidei, na perspectiva de uma fidelidade criativa. Os dois capítulos posteriores são dedicados ao pensamento de Joseph Ratzinger/Bento XVI, em sua relação com o objeto da pesquisa. O segundo capítulo apresenta a biografia de Ratzinger e alguns temas importantes de sua reflexão teológica, tais como a compatibilidade entre a fé cristã e a racionalidade ocidental, a defesa da pretensão de verdade do cristianismo, as críticas à modernidade e à “ditadura do relativismo”, sua análise do processo de secularização e da relação entre Igreja e Estado. O último capítulo apresenta a renovada compreensão de Ratzinger/Bento XVI acerca do dogma católico na contemporaneidade, a partir de sua “hermenêutica da continuidade” de princípios, apesar da descontinuidade de aplicações históricas. Ratzinger/Bento XVI reafirma as liberdades modernas, tais como a liberdade religiosa, em conexão com o conceito cristão de liberdade, que se relaciona com a dignidade humana, a vocação e a responsabilidade social. Para Ratzinger/Bento XVI, a doutrina é tesouro que precisa ser conservado na fluidez da sociedade contemporânea, reafirmando a validade da fé na contribuição com a esfera pública e a importância da dupla tutela entre razão e religião na sociedade pós-secular.