Dispositivo, Pessoa e Comunidade em Giorgio Agamben e Roberto Esposito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Spina, Henrique Jardim
Orientador(a): Barsalini, Glauco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17238
Resumo: A presente dissertação aprofunda a relação entre os pensadores Giorgio Agamben e Roberto Esposito sobre o que diz respeito à leitura crítica da Teologia Política. Como horizonte, objetivou-se o conceito de dispositivo cunhado na obra de Michel Foucault e a leitura que os autores constroem ao arredor da metodologia foucaultiana. Nesse âmbito, foi traçado uma linha interpretativa dos conceitos de oikonomia e pessoa ao longo de três momentos históricos: na tradição teológica dos primeiros anos da igreja cristã, que, genealogicamente, pôde conceitualizar o dogma trinitário e, mais precisamente, a concepção do termo oikonomia em técnica governamental; no medievo, sobre o qual, com apoio teórico do historiador Ersnt Kantorowicz, foi encontrado elementos fundantes da técnica oikonômica vinculados à uma concepção - secular e eclesiástica - da noção de pessoa; e no pensamento filosófico-jurídico da modernidade, abordando o desenvolvimentos das técnicas apresentadas anteriormente dentro de quatro principais autores: Hobbes, Locke, Kant e Hegel. Posterior, buscou-se considerar o núcleo comum dos elementos desenvolvidos por Agamben e Esposito no contexto etimológico da palavra skulans do Goda e suas derivações (dever, dívida e culpa), assim, possibilitando um maior enfoque teórico na relação das duas obras. Pôde-se, portanto, compreender em que momento Agamben e Esposito se distanciam e se aproximam, concluindo-se que, ao lado de um diagnóstico crítico compartilhado, a proposta política de comunidade dos autores pontua os limites de suas relações. Aqui, enquanto Agamben se preocupava em desativar os mecanismos de uma comunidade do domínio, diversamente, Esposito procurava redirecionar a communitas latina, reestruturando a própria concepção de dever e dívida. Ademais, a dissertação, com um breve desenvolvimento da relação socio etimológica das palavras munus e officium, procurou abrir espaço investigativo além dos limites conceituas das duas obras. Para tanto, considerando que em nenhum dos dois casos vemos um campo conceitual e crítico esgotado em suas interpretações.