Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Simone Jorge |
Orientador(a): |
Rios, Mônica Piccione Gomes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15300
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Resumo: |
A década de 1990 é marcada por interesses e ações dos gestores públicos federais, estaduais e municipais em avaliar as instituições de ensino público. Dentre tais políticas de avaliação, destaca-se o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), instituído em 1998, cujo objetivo não estaria apenas em verificar resultados das escolas, mas, sobretudo, do indivíduo avaliado. A partir de 2009, ocorre a reformulação do exame, vindo a ser chamado de Novo Enem, instrumento utilizado para acesso às universidades públicas federais pelo Sistema Único (Sisu), bem como à participação nos programas governamentais de concessão de bolsas de estudos para as universidades privadas – o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Financiamento Estudantil (Fies) –. Outra característica atribuída ao exame está nas notas obtidas pelos participantes se associarem às médias das escolas de onde são provenientes e cuja divulgação ensejou a criação de rankings. Dessa forma, esse trabalho teve por objetivo investigar as percepções de atores escolares sobre o uso dos resultados do Enem, considerando a pontuação lograda por duas escolas públicas estaduais no referido exame. Para alcançar o objetivo, realizou-se pesquisa bibliográfica e documental, com análise documental, seguida por entrevistas com dois gestores de cada escola, além de grupos focais com nove professores e doze alunos de uma escola e oito professores e treze alunos de outra, totalizando quarenta e seis participantes. Como resultado, constatou-se que a relevância adquirida pelo Enem foi maximizada, visto que, além do ranqueamento das escolas não considerar as circunstâncias socioeconômicas e culturais em que se inserem os alunos, o exame foi se consolidando como peça fundamental para acesso ao ensino superior, por intermédio do Sisu, ProUni ou Fies. Pelas vozes dos participantes das entrevistas e grupos focais, foi possível captar implicações, contradições, conflitos e tensões com relação ao exame. Implicações para as escolas, que têm suas notas divulgadas em rankings, e para os alunos, visto que é por meio deste exame que se obtém acesso ao ensino superior. Há também conflitos de interesses envolvendo o que se considera relevante nos processos de ensino aprendizagem, dos diferentes pontos de vista da gestão, de professores e dos alunos. Identifica-se, além das questões supracitadas, contradições em relação à percepção que os gestores e professores têm sobre as pretensões dos alunos pós ensino médio daquelas que os estudantes revelam ter. As respostas revelam, ainda, tensões vivenciadas pelos alunos por não se sentirem suficientemente preparados para a obtenção de resultados satisfatórios no exame. Desvela-se, por final, que não há uso dos resultados em nenhuma das escolas para o redirecionamento da prática pedagógica. Dessa forma, faz-se necessário que mudanças sejam efetivadas em prol da formação dos alunos do ensino médio, constituindo o uso do Enem como referência para se trabalhar de forma interdisciplinar nas salas de aula. |