Comunicação e isolamento: uma análise clínica de diários e blogs de adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Braga, Carla Maria Lima
Orientador(a): Fulgencio, Leopoldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15699
Resumo: Na presente pesquisa foram analisadas questões relativas à comunicação e ao isolamento entre adolescentes, tendo como objeto de estudo um diário e blogs. Foi realizada a leitura de um diário de uma jovem, que foi escrito entre 1893 a 1895, e de blogs, escritos por adolescentes e que estão disponíveis na rede Internet. A análise e a interpretação foram feitas por a partir da teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott. Em ambas as formas de expressão diário e blogs podemos verificar alguns paradoxos característicos da adolescência, quais sejam: 1) apesar da necessidade de afastamento familiar do adolescente, ele necessita do acolhimento de sua família; 2) há uma busca por uma cura imediata para as suas angústias, mas ao mesmo tempo rejeita todas as curas que encontra, pois as consideram falsas porque não são suas próprias soluções; 3) o adolescente tem a necessidade urgente de se comunicar e necessidade mais urgente ainda de não ser decifrado; 4) o adolescente tem um medo de não ser encontrado, de não ser visto ao mesmo tempo que necessita se esconder das pessoas; 5) o adolescente tem uma incapacidade de ficar só, e esta capacidade é conquistada como fruto do amadurecimento que pressupõe à distinção de si mesmo na relação com os outros, e este ficar só do adolescente contribui para chegar a si mesmo. A partir de tais considerações, vislumbramos que o isolamento pode favorecer o desenvolvimento individual, principalmente neste período da vida; entretanto, a solidão e o retraimento também podem ser considerados como um abandono afetivo, o que pode ser reconhecido nos adolescentes que possuem apenas amigos virtuais. Entendemos também que um ambiente acolhedor e confiável contribui para a construção da identidade de um adulto saudável, e que uma presença potencial, implicada e reservada para acolher as angústias do adolescente, favorece a superação das dificuldades por ele enfrentadas. Assim, o ambiente em que os adolescentes vivem deve ser capaz de estar aberto à sua comunicação assim como ao seu silêncio. Já o ambiente virtual, quando bem utilizado, pode ser visto como um espaço potencial para a experiência lúdica e a criatividade, favorecendo a descoberta, por parte do adolescente, de ser alguém em algum lugar.