Temor e tremor: a religião além dos limites da mera razão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Carlos Campêlo da
Orientador(a): Barros, Douglas Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14861
Resumo: O objetivo do presente trabalho é, a partir da leitura da obra Temor e Tremor (1843) de Søren Kierkegaard, compreender a irredutibilidade da experiência religiosa à mera conceituação racional. Parte-se do pressuposto de que, para o autor, tal experiência insere-se em um âmbito “além” dos limites da mera razão. Porém, não se trata de um “além” metafísico, mas de uma experiência subjetiva que pode apenas ser narrada, mas não reduzida a conceitos, por pertencer somente ao indivíduo que a vivencia. Valemo-nos em nossa investigação do caso de Abraão, personagem que figura no livro como porta de entrada para a reflexão filosófica, e que foi também objeto de investigação de “autores sistemáticos” anteriores e contemporâneos de Kierkegaard, que dominavam o cenário religioso e filosófico em seu tempo. Seguindo as trilhas exploradas por Kierkegaard em Temor e Tremor abordamos os supostos limites da investigação racionalista sobre a religião, que envolve a especulação tanto teológica quanto filosófica de abordagem por meio de abstrações que não se harmonizam com a realidade concreta daquele indivíduo que tem a experiência da religião. Entretanto, na pesquisa não se fez uma abordagem dogmática da religião em detrimento da razão, mas observou-se como Kierkergaard propõe uma ressignificação da razão a partir da experiência religiosa. Neste percurso o método utilizado foi o filosófico que consiste em percorrer o caminho trilhado pelo autor a fim de restituir a unidade indissolúvel inerente ao seu pensamento. A escolha de tal método justifica-se por ser o que melhor se harmoniza com os propósitos de investigação da pesquisa. Assim, esperamos com esta pesquisa contribuir para a discussão acerca da vida religiosa ao destacarmos a importância de não a reduzir a meras categorias e sistemas de pensamento que não considerem a relação singular entre o indivíduo e o Sagrado. Nessa perspectiva, a questão que procuramos responder no desenvolvimento da pesquisa foi: como compreender em Temor e Tremor a experiência religiosa sem subtraí-la da realidade concreta e qual relação esta compreensão mantém frente ao que Kierkegaard chama de “sistema”?