Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Souza, Heloisa Aparecida de |
Orientador(a): |
Bernardo, Márcia Hespanhol |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
PUC-Campinas
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15935
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Resumo: |
Este estudo buscou compreender como se dá a inserção de mulheres transexuais no mercado de trabalho formal e informal, procurando identificar os principais desafios enfrentados e os impactos da atividade laboral sobre a vida cotidiana dessas pessoas. Utilizando o enfoque da Psicologia Social, buscouse fugir da visão patologizante e preconceituosa que é predominante diante do tema transexualidade , enquanto o tema trabalho foi abordado como um elemento fundamental na constituição do sujeito, porém repleto de contradições. Adotou-se como metodologia a proposição de Campo-tema , que permite acessar o assunto nos mais diversos espaços que ele se manifeste. Para isso, inicialmente, foi realizada uma aproximação com o tema a partir da literatura científica, de obras de ficção e reportagens. Depois, buscouse a relação direta com pessoas transexuais, a participação em grupos que discutem o assunto e contatos via internet. Desses contatos foram selecionadas treze, cujos relatos das vivências profissionais foram considerados significativos para uma análise mais aprofundada. Foi possível observar que a maioria das transexuais femininas, além das dificuldades de aceitação por parte dos familiares, costuma ser vítima de discriminações desde os primeiros anos da educação formal e que a exclusão no contexto escolar está intimamente relacionada às dificuldades para o ingresso no mercado de trabalho. Para a compreensão da experiência profissional optou-se por discutir a vivência cotidiana de transexuais em três contextos específicos de trabalho: teleatendimento, salões de belezas e prostituição. Além de terem sido bastante citados ao longo da pesquisa, considerou-se que são exemplares para a análise dos diferentes aspectos que envolvem as constantes negociações cotidianas que as transexuais precisam realizar com as normas sociais. Verificou-se que as transexuais não são vítimas passivas dos preconceitos. Para lidar com eles buscam em seu cotidiano uma constante aproximação com as normas que permitem maior inserção social, inclusive no campo do trabalho. No setor de teleatendimento, percebeu-se que as transexuais valorizam muito o vínculo empregatício formal e, para manter-se empregadas, estão dispostas a se submeter à precarização e às severas regras que envolvem a área. Encontram maior facilidade para trabalharem na área da beleza, identificandose com a atividade e relatando maior satisfação e reconhecimento social. Já as profissionais do sexo encaram a ocupação como algo transitório e necessário para a sua sobrevivência, vivendo um cotidiano de vulnerabilidade e expondo o desejo de ter uma profissão mais valorizada socialmente. Finaliza-se com uma reflexão sobre o papel que a psicologia, enquanto ciência e profissão, vem desempenhando com relação ao tema estudado e sobre as possíveis contribuições que pode oferecer para conscientização social e o combate ao preconceito contra as pessoas transexuais. |