A evasão em situações de abrigo: um estudo psicanalítico sobre a atitude antissocial do ponto de vista de Winnicott

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Cruz, Caroline Angelo da
Orientador(a): Fulgencio, Leopoldo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15954
Resumo: Esta pesquisa aborda a questão da evasão de adolescentes nas situações de abrigo, apoiando-se na compreensão de Winnicott sobre o processo de desenvolvimento afetivo. Os adolescentes que são encaminhados para os abrigos estiveram sujeitos a diversos tipos de vulnerabilidade, tais como a pobreza, a desorganização familiar (por vezes com a presença de problemas psiquiátricos e de drogradição nos pais), a exploração e o abuso sexual, a violência tanto física como moral, enfim, conjunturas que caracterizam uma falta de sustentação e acolhimento familiar e social. As situações de abrigo fornecem condições ambientais objetivas melhores que as de seus ambientes de origem, no entanto, é comum a evasão e o retorno voluntário do adolescente a situações ambientais mais precárias. O questionamento abordado foi o de saber quais são as dinâmicas psicoafetivas que poderiam esclarecer os motivos dessa escolha. A situação de evasão, nesses abrigos, está profundamente relacionada com a realização de atitudes antissociais, o que nos leva também a procurar em Winnicott uma explicação sobre esse fenômeno. Para ele (1946b), a atitude antissocial deriva, fundamentalmente, das falhas ambientais que deprivam o indivíduo, ou seja, retiram abruptamente algo que ele tem (em termos de suporte ambiental), considerando a atitude antissocial como um SOS dirigido ao ambiente. No caso das evasões, consideramos que Winnicot pode, explicitando a função da sustentação ambiental nas suas fases iniciais do processo de desenvolvimento afetivo mostrar que as situações de deprivação realizadas pelo ambiente, poderiam estar na base da atitude de evasão; ou seja, a evasão ocorre devido à necessidade de um holding referente à tendência antissocial, que é da necessidade que o ambiente sobreviva aos ataques efetuados contra ele.